19 de janeiro de 2019

CAPITALISMO E COMUNISMO



 Em fevereiro de 1945 logo após o fim da Segunda Guerra Mundial os senhores da guerra se reuniram na cidade de Yalta, na Crimeia, sul da Rússia, beira do Mar Negro, para dividirem o mundo de acordo com as novas conveniências políticas. O Primeiro Ministro inglês Winston Churchill, o Secretario Geral do Partido Comunista da Rússia, Josef Stálin e o Presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt. Sob as estrelas do céu dos vencedores tinham muito o que dividir. Ali decidiram o fim da guerra, definiram as novas zonas de influencia e assinaram os acordos.

Há relatos variados, testemunhos diversos e interpretações múltiplas. Ao que parece levou menos aquele que mais lutou: Churchill. Pelo menos é a conclusão que se pode chegar ao ler as memórias do Primeiro Ministro Inglês. A Inglaterra ampliou em muito pouco sua zona de influencia. Ficou com o que tinha e restando ainda sua reconstrução. Historiadores ainda nos devem relatos.

    Os Estados Unidos se deram por satisfeitos com a divisão da Alemanha, as sanções ao Japão e as novas perspectivas para o capital americano. Não era pouca coisa. A Rússia levou metade da Alemanha e ampliou sua zona de influencia no território que viria a ser conhecido como Cortina de Ferro.

A Europa livre, com a ajuda do dinheiro americano se formaria num extraordinário bloco econômico, com destaque para uma saudável política social que viria a ficar conhecida como a Social Democracia Europeia. Países pequenos, com baixa taxa de natalidade e altamente escolarizados, incorporaram, com rapidez, tecnologia moderna. Deram inicio a um vigoroso ciclo econômico que dura até os dias de hoje.

Destaque especial para a Alemanha Ocidental. Com a queda do Império Soviético em 1989 a Alemanha Oriental viria a ser incorporada pela Ocidental e hoje é a quarta potencia econômica do mundo. Esse eldorado já dura quase oitenta anos. Agora, nos dias atuais, as águas do tsunami social começam a se agitar e prenunciam o mar de problemas do que será a Europa em poucos anos. A Social Democracia está se exaurindo e a Europa virou um continente “socialista” ditado pela Comunidade Econômica Europeia. A política mudou muito mais a imigração e a economia estão mudando muito mais o cenário de sonhos.

De acordo com o livro Memórias da Segunda Guerra Mundial, as memórias do Churchill, (editado em 1957 e lançado no Brasil pela Editora Nova Fronteira) em determinada manhã de conversações quando da conclusão da divisão do mundo, Roosevelt se dera por satisfeito com o resultado das conversas. Narra o ex Primeiro Ministro inglês, no penúltimo capítulo do segundo volume que chamou a atenção do Presidente dos Estados Unidos, por inúmeras vezes, quantos aos Bálcãs (região montanhosa da Europa localizada no sudoeste do Continente Europeu, banhada pelos mares Adriático e Jônico. Faz fronteira com o Oriente Médio e é banhada também pelos rios Danúbio, Kuava, Moravia e Maritsa). Hoje a região é composta por onze países.

Churchill queria que constasse nos tratados que sacramentaram a divisão do mundo que a região dos Bálcãs fosse declarada território livre. A narrativa dele é impressionante. Intuía que a região iria inteira para os braços do comunismo. E assim foi. Como Roosevelt não deu atenção, Stálin levou mole toda a região que foi incorporada à então União das Republicas Socialistas Soviéticas, a URSS. Churchill logo a chamaria de A Cortina de Ferro. A partir daí o mundo se dividiria em dois: capitalista, liderado pelos Estados Unidos e comunista, liderado pela União Soviética.

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