14 de março de 2010

A BANDA LARGA NO BRASIL

AGÊNCIA RIO DE NOTÍCIAS




http://www.agenciariodenoticias.com.br/colunistas/opiniaoView.asp?cod=70289



10/11/2009

A BANDA LARGA NO BRASIL

por Hildeberto Aleluia


Elaborada por uma entidade internacional de telecomunicação, a lista que mede a qualidade e rapidez da banda larga em 62 países mostra o Brasil ostentando o distante 45º lugar. Muito atrás de países como a Bulgária e a Lituânia que estão entre os cinco melhores ao lado do Japão e da Coréia do Sul. A nossa banda larga além de ruim é muito cara. É tão ruim que mereceu do Presidente da ANATEL (agencia reguladora do setor) embaixador Ronaldo Sardemberg a diplomática observação sobre o caos:

- As operadoras fizeram previsões e perceberam que se continuassem vendendo a banda larga na velocidade em que vinham vendendo teriam problemas na rede.

E as operadoras pisaram no freio. A demanda pela banda larga foi contida. Na previsão da agência reguladora cada uma das operadoras terá que investir um bilhão de reais em infra-estrutura para suprir a demanda pela banda larga no Brasil. - Resumo da ópera, as operadoras venderam mais do que poderiam entregar. - Diante desses fatos o governo se movimenta. Está tudo pronto para a velha Telebrás iniciar o Programa Nacional de Implantação da Banda Larga. Nessa empreitada, está previsto, no começo, um investimento de três bilhões de reais, sendo um bilhão proveniente do FUST, o Fundo Universal para as Telecomunicações. E é aqui, nesse atalho, que está um dos canhões apontados para a TV. Com este programa implantado e barateada a assinatura para a conquista da banda larga, todas as classes sociais terão um acesso melhor à internet.

Segundo o Ministro das Comunicações,Helio Costa serão necessários 10 bilhões de reais para levar a internet ao interior e interligar a área rural, escolas, postos de saúde, hospitais e delegacias.O ministro clama pela iniciativa privada no investimento. Espera contar com ela para uma grande parte do investimento. Mas existe um grupo no governo que defende a ação da Telebrás como a estatal da banda larga. E mais, envolver a Petrobrás, a Eletrobrás e Eletronet na estrutura de implantação do projeto da banda larga.

O número de usuários do serviço de banda larga hoje no Brasil, apesar de estar na casa dos milhões, são irrisórios diante das necessidades. Temos 14 milhões de assinantes, ou pontos de conexão de banda larga. Vinte por cento são oferecidos por conexão móvel das teles. Competem aí as empresas de telefonia fixa, de TV por assinatura e as operadoras de celular. Formam um pequeno monopólio privado com preços que variam de 30 a 600 reais de acordo com o local, a capacidade e a velocidade. A média deve ficar em torno de 300 reais por assinatura. É muito cara.

No interior de Minas Gerais,como exemplo,a conexão de 56 kbps, a menos veloz, sai por 100 reais em média, enquanto no Rio a mesma conexão com 128 kbps custa 50 reais. A conexão mais veloz, de 8 mbps, custa em média 240 reais no Rio de Janeiro. Para os que não são afeitos a essa linguagem cibernética, kbps significa uma velocidade de carroça e mbps a velocidade do foguete.

A taxa de penetração da internet nos lares brasileiros é de 15 por cento sobre o número de habitantes. Enquanto na Argentina chega a 25 por cento e no Chile a 30, segundo levantamento realizado pela CISCO, empresa global de soluções em telecomunicações.Na Itália,o governo acabou de anunciar investimentos no valor de 1 bilhão de euros destinados a implantar um programa de banda larga de 2 megas para toda a população italiana até o ano que vem.

O autor é jornalista

10 de março de 2010

Inclusão digital no Brasil

http://www.mulheresnopoder.com.br/

A China está vendendo 3 milhões de computadores/ano para seus duzentos e noventa milhões de habitantes integrados ao seu mercado interno. O Brasil, com seus 190 milhões de habitantes, está consumindo 12 milhões de unidades/ano. Estes números mostram a sede por computador da sociedade brasileira. Mesmo com banda larga insuficiente,cara e ruim,mesmo com imensas regiões sem nenhuma infra-estruturar digital,caminhamos para ser um gigante no mercado mundial de inclusão digital.

Levantamento realizado pelo IBOPE,com números de julho de 2009,mostra que somos 68 milhões de internautas,o quinto maior do mundo com acesso a internet.Só ficamos atrás da China com 298 milhões de acessos e dos Estados Unidos com 190 milhões.Mas,no Brasil sempre tem MAS,proporcionalmente estamos no rabo da fila mundial.Isso quer dizer que apenas 25 por cento de nossa população têm acesso à rede conforme estudos realizados pela Organização das Nações Unidas,a ONU. E segundo o IBGE,(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas),31,2 por cento dos domicílios brasileiros tem um computador e 23,8 por cento dos lares têm acesso à internet,o que significa internet em 14 milhões de lares.Mesmo assim estamos atrás de países como Chile e Argentina.

O Brasil é o país onde o internauta gasta o maior tempo em navegação, com uma média diária de oito horas.Outro dado impressionante,somente o ORKUT,a rede social mais popular no Brasil,tem em seu horário nobre,das 17 às 19 horas,20 milhões de usuários.O segundo horário mais congestionado do site é das 11 às 13 horas com 18 milhões de acessos.São dados do Google Brasil que atesta também que já temos 35 milhões de orkuteiros.

Outros números também impressionam. Dez por cento dos computadores vendidos por ano,no Brasil,se destina à classe D,aquela cuja renda mensal,por família,atinge a cerca de mil reais,mensais.Com prestações de 90 reais,em média,o computador vem tomando o lugar da TV nas classes mais baixas,também. São mais de um milhão de unidades por ano que se destinam aos pobres da classe D.E 10 por cento das novas conexões de banda larga também se destinam a ela.Ou seja:dos um milhão e duzentos mil adquirentes de computadores nesta classe, apenas120 mil vão acessar à internet rápida,e por preços proibitivos.

Isso está fazendo com que nos morros e periferia o GATO mais desejado seja o “ gato-net”. Já existe a central que rouba o sinal, tal como acontece com o serviço de TV a cabo e assinatura.Ou,quando o sinal não é roubado,existe aquele morador que faz uma assinatura e a revende para dez outros,com horários estabelecidos de uso para cada um aonde a web chega como serviço legal e pago,pela rede telefônica.Empecilhos como esses fazem o mercado brasileiro de conexão banda larga irrisório.Temos hoje apenas 11 milhões de conexões fixas e aproximadamente 2,7 milhões de acesso móveis.Não é nada.Preços altos e dificuldades na expansão da rede são os obstáculos principais.No interior do país,nas pequenas cidades,para cada mil habitantes,existe uma lan-house com cerca de 10 a 15 computadores instalados,em média,e dezenas de jovens na fila esperando a vez de uso.

Nas favelas das grandes cidades a mesma coisa.O computador passou a ser a principal ferramenta de trabalho,estudo,pesquisae lazer para essa gente,tal como já é para as classes mais favorecidas.É ele,e não as armas,que vem fazendo a maior revolução que o mundo já viu.È ele que permite, principalmente aos jovens de todas as faixas de renda,o acesso fácil aos mesmos recursos de comunicação que antes só eram permitidos às classes A e B.É ele que nivela toda as classes quando o assunto é informação.Os mais pobres vêm retardado seu ingresso nesse mundo por falta de um simples cabo.Antes,a ignorância era somente pela ausência da sala de aula.E isso,também é o que retarda a agonia da TV, já ferida de morte com o avanço da WEB.