26 de junho de 2018

NOTICIAS DE UM DIA NO BRASIL


Separei algumas poucas notícias de um dia da semana de 04 a 10 de junho de 2018. Não são as melhores, nem as piores notícias de um dia. Apenas notícias normais de um dia de notícias sobre o Brasil. Embora seja um otimista inveterado a realidade sempre tenta me vencer. Mesmo quando leio que presos, acusados de crimes graves, alguns deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro continuam em gozo de todos os seus privilégios, menos a liberdade de ir e vir. Inclusive com visitas de familiares, à noite, em presídios de segurança máxima.

Depois vi na TV o salário de um engraxate da Câmara de Vereadores de São Paulo: dez mil reais por mês. Aposentadoria com salário integral. Culpa sua que não escolheu ser engraxate da Câmara de Vereadores de São Paulo. A seguir veio a leitura do Edital, publicado pelo Superior Tribunal Eleitoral (STE) com abertura de concurso para a contratação de fisioterapeutas para o quadro de funcionários do Tribunal: salários de 14 mil reais/mês. Junto a justificativa do Tribunal: todos os outros tribunais de Brasília possuem fisioterapeutas nos seus quadros. Falta o TSE.


Havia mais informações sobre tribunais:

- O Supremo Tribunal Federal (STF) contratou uma área especial de embarque para os integrantes da Corte no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. De acordo com o Tribunal, o aluguel da nova área, diferente da sala que a Corte tinha anteriormente no terminal de passageiros, ocorreu para garantir a proteção dos seus ministros. O espaço tem um custo anual de 374,6 mil reais/ano e funciona desde julho do ano passado. Mais 31 mil reais e uns quebradinhos por mês. O Estado paga.


Encontrei mais:
-O Superior Tribunal de Justiça (STJ) renovou sua frota de automóveis para transporte de seus ministros e autoridades. Custo: mais de três milhões de reais. Acrescente aí manutenção, motoristas e combustíveis. O Estado paga.


Outra notícia me atraiu. As elétricas do norte do país, juntas, possuem déficit de 200 milhões/mês. Em seguida uma outra dando conta que as distribuidoras de energia elétrica do país, juntas, possuem déficit que supera os 10 bilhões de reais/ano. O Estado paga.


Continuei a leitura. Me dei conta que a Petrobrás com seus 80 mil empregados produz a mesma quantidade de barris de óleo que a maior petroleira do mundo, a americana Exxon Mobil, e tem quatro vezes mais empregados que outra gigante do setor que produz apenas trinta por cento menos: a Statoil, da Noruega. E segundo a Blumberg News até junho do ano de 2015 a nossa gigante do óleo empregava mais 128 mil empreiteiros.


Em mais um pouco de leitura obtive a informação de que a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região-TRF5 com sede em Recife-PE havia suspendido a venda da TAG- Transportadora Associada de Gás, uma subsidiária da Petrobras que teve lucro líquido em 2016 de 7 bilhões de reais e seria vendida por 8 bilhões de dólares para uma empresa francesa, a ENGIE que alugaria os mesmos dutos para BR e esta com a obrigação de pagar a ENGIE o valor referente à máxima utilização dos dutos, mesmo quando não utilizasse toda a capacidade deles. Parece um bom negócio. Se as ações dessa TAG fossem vendidas em bolsa muito brasileiros, provavelmente, se interessariam pelo negócio. Ou não? Resta uma conclusão otimista: esteja dentro do Estado de alguma forma. Do contrário.....


Essas não foram todas as notícias do dia. Selecionei apenas algumas. E ao que me consta nenhuma delas foi fake news. Pelo menos até agora. E todas tem algo em comum: privilégios.

Dizem que o pessimista no seu íntimo deseja que tudo saia errado. Toda a conta dessas notícias acima vai inteirinha para o governo. E a conta do governo quem paga? Você, contribuinte. Sejamos otimistas pois não.

TEMPOS MODERNOS

Impressionante. As pessoas não se dão conta. Mas a verdade é única: quanto mais o mundo se moderniza, quanto mais vivemos conectados, quanto mais aumentam os canais de auscultamento da sociedade mais nosso governo (federal, estaduais e municipais) mergulha na inércia. Ficam surdos. Em plena era da informação instantânea o governo age e se comporta desconhecendo a realidade do país que governa: a situação dos seus súditos. O governo demora para agir. Passa a impressão de descoordenação e paralisia. Tenta passar firmeza e autoridade. Só consegue tibieza e estultice. Lida com uma greve nevrálgica como se estivesse negociando cargos entre políticos.
O atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, estava numa falação na mídia sem precedentes. Vinha dando entrevistas como nunca se viu. Contou vantagens. O mercado deve ter gostado. Sua justificativa para os reajustes era o preço internacional do petróleo. De lá para cá esse preço já caiu uns três dólares O governo ri. É só prestar atenção. É patética a figura do Ministro de Relações DO GOVERNO Deputado Carlos Marun. Parece até que ele fala a uma outra nação. Os problemas se avolumam.
É certo que governos, autoridades e pessoas ocupadas não dispõem de tempo para acompanhar redes sociais. Mas eles são bem assessorados. Dispõem de verbas, autoridade, e facilidades, diversas, para estarem inteirados e atualizados sobre o que pensa a sociedade. Sobre as dificuldades do povo e o que mais convém para a harmonia social. Não é o que está a acontecer no Brasil de hoje.
Estamos metidos numa greve onde falta sensatez. E falta mais: sensibilidade e agilidade. Temos governos formados por políticos. Como explicar que lhes faltem noções, conhecimento da realidade de quem os elegeu? Como explicar que o governo aceitou uma política na área de combustíveis onde os reajustes são quase que diários. Um país que anda sobre rodas, que ficou cego para a navegação numa costa continental. Um país que impunemente abandonou sua malha ferroviária. Um país onde as alternativas não passam de obras paradas que irão custar o dobro..
Com sua contabilidade criativa o Parente impôs a cruel dolarização do preço dos combustíveis. E assim seguimos com a gasolina mais cara, o gás de cozinha mais caro e o diesel mais caro do mundo. O Parente se recolheu. Ficou mudo. Quer salvar seu emprego