24 de fevereiro de 2019

1964.... 1968....

                                              
Enquanto Moscou e Havana formava os guerrilheiros a América Latina e a África se desintegravam, institucionalmente. Aqui, na América do Sul, os países viviam numa ebulição política sem precedentes. Nós, brasileiros, saíamos da euforia desvairada do governo Juscelino Kubitschek, marcado pela sigla JK, ou o slogan 50 ANOS EM CINCO e entravamos na era Jânio Quadros eleito pelas urnas do ano de 1960 com a promessa de varrer a corrupção. Seu símbolo era a vassoura. Che Guevara pontificava sob a bandeira do pan-americanismo emoldurado no retrato de uma entidade chamada Organização Pan Americana, a ponto de ser condecorado, no Palácio do Planalto, pelo governo Jânio Quadros, tido como de Direita.

O governo Jânio Quadros duraria pouco: oito meses. Perdido e sem rumo seu governo acabou em pouco menos de um ano sob uma renuncia cheia de interpretações rocambolescas a esconderem a precipitação e a loucura do personagem. A elite intelectual e capitalista estava com ele. Realizando concessões à direita e à esquerda chegou a um ponto que o País ficou ingovernável. Camuflou a incompetência e despreparo numa carta de renuncia até hoje inexplicável. Levou para o túmulo as dúvidas e o imbróglio protagonizado por ele e que jogou o País no movimento de 1964.

Com a renúncia do Jânio Quadros assumiu seu Vice o João Goulart. O Congresso Nacional já estava totalmente contaminado e povoado pelos interesses da Esquerda. Fora dele uma poderosa Republica Sindical pontificava entranhada em todos os setores do governo e da sociedade. Goulart socorria-se deles por conveniência e oportunismo para equilibrar seu governo. Trefego e envolvido por um Congresso formado por uma elite sem rumo sua gestão desaguou no Parlamentarismo. De 1961
a janeiro de 1963 o Brasil foi governado por três gabinetes parlamentaristas marcadamente de Esquerda. Ela se espraiava por todos os cantos e sob varias formas. Da igreja, passando pelo Congresso, pela mídia e no Executivo. O Brasil estava pronto para cair nas mãos do regime marxista. Ou melhor, já estava nele.

Através de um plebiscito realizado em janeiro de 1963 o governo Goulart recuperou a autonomia do presidencialismo numa outorga expressa dos eleitores brasileiros. A situação do país já era degradante, tanto do ponto de vista político quanto econômico. De janeiro de 1963 até março de 1964 o Brasil se tornou a terra do caos. Greves ininterruptas, escândalos sucessivos, convulsões sociais e um quadro socioeconômico cada vez mais fora de controle. A elite politica percebendo a gravidade a partir de janeiro de 1964 começa a rondar os quartéis. A classe média, fortíssima, foi para as ruas manifestar oposição ao governo Goulart e clamar por uma solução, qualquer, para salvar o país.

A situação do Brasil era tão desesperadora que em março de 1964 os militares começaram a movimentar tropas. Goulart foi embora para o sul do país e de lá para o Uruguai. Milagrosamente fez-se uma revolução sem tiros, sem mortes, sem vítimas.
Militares e políticos se concentram na figura do Marechal Castelo Branco. Ele foi eleito pelo Congresso Nacional Presidente do Brasil. A Esquerda, com o apoio de Havana e Moscou, perderia de novo a chance de governar o Brasil. Dessa vez ela ficaria de fora por longos 30 anos. De fora do Poder. No Congresso Nacional e na máquina do governo ela sempre reinou. E aí veio 1968 com muito sangue e guerra. No próximo artigo saberemos mais.

3 de fevereiro de 2019

O PÓS GUERRA


                 
A realidade de pós-guerra foi o mundo com feridas abertas por todo canto e bi polarizado na área econômica, politica e ideológica. Estados Unidos e a URSS iriam definir suas zonas de influencia com base em seus fundamentos econômicos e que viriam a ser suas escolas políticas. O primeiro, capitalista, seria a Direita. O segundo, comunista, seria a Esquerda. Naquele cenário os continentes latino e africano eram o rebotalho do mundo.

Nesta concepção as duas esferas econômicas se consolidaram. Na África, também colonizada pela Europa, o cenário de pós-guerra foi a instabilidade política gerada pelo redesenho geográfico. Instalaram-se ferrenhas ditaduras. Saques de riquezas naturais e a total e completa ausência de evolução social. No Oriente Médio monarquias absolutistas permaneceram, algumas outras surgiram e outras sucumbiram a regimes cruéis, fechados e déspotas.

Aqui, na América Latina, a maioria dos países saiam de regimes políticos despóticos. Eleições viciadas e um capitalismo corrupto por toda parte. Crises institucionais grassavam. No Brasil não era diferente.

 Muito antes da Segunda Guerra Mundial o comunismo já flertava com a nação brasileira. Desde o ano de 1922 que a Esquerda namora o Brasil. Nossa história política dos últimos cem anos está cheia de episódios pontuados por influencia da então URSS. Chegaram, inclusive, a influenciar militares, com destaques para o Capitão Luiz Carlos Prestes e o Tenente Agildo Barata. Eles, e outros, muitos outros, pontificariam por décadas na Esquerda brasileira.

Os Estados Unidos apesar de estarem presente nas duas guerras mundiais, na verdade, nunca foram de ocupar geograficamente outros territórios. O capital sim. O capital não necessita de quartéis, movimentos ideológicos nem guerrilheiros. Ele precisa de ideias e empreendedores. Olha a Direita aí. Diferente da URSS que desejava ocupar o que pudesse. Para esse objetivo se fazia necessário ocupar territórios, instalar simpatizantes do seu credo, banir a livre iniciativa e destruir toda e qualquer estrutura da civilização judaico-cristã.

O marxismo para prosperar necessita de território livre. Para sobreviver seus agentes precisam da formação de gerações contínuas dispostas a tudo. A mesma fé com que o capitalista se nutre para desenvolver sua ideia o comunista professa para consolidar sua ética e sua doutrina. A URSS entendeu que era necessário formar seu exército de ideias. Para isso seria necessário formação guerrilheira para garantir o Poder pela luta armada e formação cultural para a fidelidade e desenvolvimento da doutrina. Era necessária a escola de pensamento marxista em cujo credo se assenta a Esquerda. Daí partiria para a conquista da África e a América Latina. Cuba lhe caiu nas mãos como uma luva.

Em 1960 Moscou cria a Universidade Russa da Amizade dos Povos Patrice Lumumba. Batizou-a em homenagem ao guerrilheiro Patrice Lumunba (1925-1961) líder político e Primeiro ministro do ex-Congo belga, na África. E saiu pelo mundo em busca de jovens para lá se formarem. Eu mesmo tive um primo oriundo do interior da Bahia integrante da primeira leva de recrutados pelo Partido Comunista Brasileiro, PCB, que lá se formou em agronomia. A intenção de Moscou era formar a “juventude comunista mundial”. E formava guerrilheiros também. Estes nos quartéis do Exército Vermelho.

Narram historiadores que Lumumba em seu começo buscou a ajuda dos Estados Unidos e da própria Bélgica para se consolidar (olha a Direita burra aí de novo) e ambos lhes viraram as costas. Em 1963, após a crise dos mísseis, Cuba cai nas mãos de Moscou como uma luva. Ela iria formar os guerrilheiros da América Latina. Os líderes cubanos se envolveriam na linha de frente. Veremos como em outro artigo.

Hildeberto aleluia é Jornalista. Autor do livro O FUTURO DA INTERNET- O MUNDO DA DÚVIDA
Editora topbooks