26 de dezembro de 2018

A ESQUERDA PARA PRICIPIANTES


   

No começo de minha carreira, em alguma redação de algum jornal do passado lembro de alguém que entrava na redação, sempre gritando, “a direita é burra.” Eram os idos do final da década de sessenta do século passado. Repórter jovem e sem experiência me limitava a ouvir. Pelas imagens que guardo no canto de minha memória aquele jornalista entendia de história política. Eu ia para casa com aquilo na cabeça. Será mesmo que a direita é burra? Mas não era ela que estava no poder? Como pode ser burra? Me questionava. Isso veremos em outro artigo.

Eu cobria o Ministério da Guerra no Palácio Duque de Caxias, no bairro Central do Brasil, da cidade do Rio de Janeiro. Lá era o centro nervoso do Poder Militar da época. Com o tempo e meu trabalho fui entendendo por que ele achava a direita burra. Queria entender mais. Fui estudar política e ciência social. Resumindo, para os iniciantes, aqui vai um simplório retrato da esquerda política.

A Esquerda tem um pensamento estruturado enquanto ciência politica, assimilado e perfeitamente aplicado ao Poder por seus militantes. Fora do Poder se dedicam a estudar e estruturar a ciência política para a hora da chegada. Dentro do Poder assumem sem constrangimentos a ideologia de Karl Marx (1818-1883) adaptada aos tempos modernos pelo italiano Antônio Gramsci (1891-1937) e temperada pela assombrosa obra do americano formado na Universidade de Chicago, Saul Alinsky (1909-1972)

Essa tríade de pensadores representam a espinha dorsal da ideologia de esquerda hoje praticada. Toda essa obra está estruturada com o objetivo principal de destruir os valores da cultura judaico-cristã, a liberdade, o capitalismo e em seguida implantar a ditadura do proletariado. Um foi aprimorando o pensamento do outro na aplicação de regras para ganhar o Poder. A rigor podemos afirmar que nas obras deles estão as raízes do comunismo moderno.  Sendo que o primeiro, Karl Marx (1818-1883) revolucionário e intelectual alemão, fundador da doutrina comunista. Ele ainda atuou como filósofo, economista, historiador, jornalista e teórico político. Pioneiro, com sua vasta obra se contrapunha ao capitalismo justificando a Ditadura do Proletariado chegando ao Poder. Sua obra principal é sobejamente conhecida como O CAPITAL. Mais tarde seus cultores e adeptos encontraram ali a cartilha para implantar as ideias pela força das armas. E assim foi através de seus discípulos mais proeminentes: Lenin, Trotsky e Stalin. Com eles e pela força das armas o marxismo se impôs e formou em 1918 a URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas) sem se incomodarem com o assassinato de cerca de 50 milhões de pessoas (só na União Soviética) para reinaram por 70 anos no Século XX. Depois temos a China e Cuba. Para ficar nos principais. Nesses dois países a força das armas se impôs em revoluções sangrentas e prevalecem até os dias de hoje. Antes com o apoio da URSS, e hoje com minguados de vários países. Inclusive do Brasil. A China, onde Mao Tse Tung (1893 -1976) se impôs, também, numa revolução que durante seu reinado ceifou a vida, por assassinatos, segundo alguns autores, de cerca de 60 milhões de pessoas.

 Na Wikipédia encontramos essa definição para a esquerda e direita:

O termo esquerda e direita na política nasce no contexto de emergência da Revolução Francesa, "delegados identificados com o igualitarismo e reforma social sentavam-se à esquerda do rei; delegados identificados com a aristocracia e o conservadorismo, à direita. [...] ao longo do século XIX na Europa a distinção entre esquerda e direita passa a ser associada com a distinção entre liberalismo e conservadorismo"

O certo é que desde Marx a Esquerda não parou de pensar e disseminar seu pensamento por todos os meios possíveis e imagináveis. Quem leu Gramsci sabe perfeitamente como se dá o processo. A maioria dos brasileiros nem sabe de quem se trata. Mas a eficácia de sua cartilha está por todo canto. Nós, brasileiros, assimilamos, institucionalmente, em banais reportagens da mídia e até em decretos do governo a expressão “sociedade civil”. Isso não existe. Passou a reinar a partir da obra do comunista italiano Gramsci. Ele a usou para designar um grupo de gente componente de uma nação, numa intuitiva denominação para isolar o estamento militar que em sua obra, e por toda a esquerda, só é reconhecida na chamada ditadura do proletariado. Após a primeira guerra mundial passou a ser assim. A esquerda isola o estamento militar da sociedade. Só o reconhece após a tomada do Poder quando passam a designar as Forças Armadas, de forças armadas populares, ou exército popular de libertação, ou mais ainda exército bolivariano, como na Venezuela e na Bolívia. Não sem antes descaracterizarem as Forças Armadas renovando seus membros em toda a hierarquia em busca do afinamento ideológico.

A esquerda não parou no gramcismo. Evoluiu com milhares de autores e passou a ter uma presença significativa nas universidades, na Igreja, na mídia, nos partidos políticos e nos parlamentos. A partir dos anos sessenta do Século XX apareceu o Alinsky. Controverso e demoníaco. Sua obra é significativa e torpe. Nenhum pensador de esquerda aborda a tomada do Poder como ele no seu livro REGRAS PARA RADICAIS. (No Brasil pode ser adquirido na www.amazon.com) Em suas justificativas, elenca uma exorbitância de ações para solapar a sociedade constituída e assim implantar a nova ordem revolucionária. O livro está adotado inclusive pelos radicais islâmicos. Impressiona a destreza com que maneja fatos e argumentos em busca do seu objetivo. Impressiona tanto que dizem estar entre seus admiradores o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a ex-candidata Hilary Clinton que teria feito sua tese de mestrado com a obra do autor. É o guru da esquerda americana e dizem alguns do novo Partido Democrata.

 E se o leitor desejar um mergulho profundo para saber como a esquerda deseja destruir a sociedade capitalista vale muito a leitura do livro JOGANDO PARA GANHAR ( LVA- Editora, 2018) do atual Secretário de Segurança do governo eleito do Estado do Rio de Janeiro, ex-consultor do Banco Mundial e um dos fundadores do Partido Novo, professor Roberto Mota. Como está explicado na contracapa do livro, trata-se de uma obra que “é um conjunto de histórias, ideias e reflexões sobre o Brasil, nossa cultura, política e sociedade, bem como sobre o momento que vivemos. É uma conversa sobre passado e futuro, sobre medo e oportunidades, e sobre as causas dos nossos problemas.”

Em suas páginas pode-se notar um invejável trabalho de pesquisa e um acurado retrato de como a Esquerda vem se enraizando no Brasil nas últimas décadas.

Roberto Motta traz por essa leitura figuras interessantes como Louva Harari, autor de “Sapiens” e de “Homo Deus”. Dois textos especiais são dedicados à guerra política, através de discussão de livros essenciais ao assunto: “A Arte da Guerra Política” e “Take No Prisoners” de David Horowitz, e “Regras Para Radicais”, de Saul Alinsky. Esses capítulos vão interessar a liberais e conservadores por sua análise objetiva – e, seguindo as ideias dos dois autores, politicamente incorreta – da realidade da disputa político-eleitoral. O segundo destaque do livro são os ensaios dedicados à segurança pública, que expõe mitos, falácias e mentiras. Mas a leitura do livro tem muito mais: mostra como estamos perdendo a guerra. E porque.

Veremos mais sobre a Esquerda aqui mesmo no próximo artigo. E num outro, mais adiante, sobre a Direita que o Jornalista do primeiro parágrafo achava burra.

14 de dezembro de 2018

O MILITAR E O JORNALISMO


Impressiona e é um espanto. A velocidade e a forma como o jornalismo (aí leia-se como jornais impresso, revistas e televisão) está se descaracterizando. Agredindo fatos e navegando contra a realidade ele vai morrendo sem explicações aparentes. Muitas vezes vale se perguntar onde querem chegar. Omissões, ideologia, ignorância, má formação, má administração e má fé. Esses, alguns dos ingredientes que estão na panela onde ferve e se desmancha o jornalismo atual. Não é só a internet que o ameaça. Depois da internet seu maior algoz é o próprio jornalista. Salvo destacadas e honrosas exceções.

Nesse burburinho a velha mídia se perde e naufraga. Não é só no Brasil. É no mundo inteiro. Com peculiaridades, diferenças e volumes. Mas no Brasil é especial. Nas últimas eleições um candidato, solitário, sem partido, sem representatividade no Congresso Nacional, sem acesso à velha mídia, sem dinheiro, sem linha direta com os chamados formadores de opinião navegou pela internet captando o sentimento de uma larga parcela do eleitorado. Esse sentimento não foi, se quer, captado pelos institutos de pesquisas. Bolsonaro virou gênio. Engoliu a todos.
Toda a teia do jornalismo de TV, de rádio e jornais, ignora, solenemente, o que a maioria da população pensa. Acusado de racista, nazista, homofóbico, direitista, ditador, violento e despreparado ele foi navegando. A velha mídia dava guarida a essas argumentações e ainda buscava matérias extras para substanciar esses adjetivos. Mesmo assim venceu. Venceu a mídia, venceu a esquerda, venceu o judiciário, venceu os bancos, venceu o Congresso Nacional e o governo, venceu todo o segmento de poder instalado no país nos últimos trinta anos.

E o que é pior: após a vitória a velha mídia continua tratando o candidato eleito com um solene descrédito.  

Bolsonaro forma um gabinete de incontestável probidade e formação profissional. Nem assim é reconhecido por eles. Bolsonaro arma um governo perfeitamente de acordo com o pensamento daqueles que lhe votaram. Os jornalistas da velha mídia, em sua maioria esmagadora só enxergam militares. Claro que há exceções. Muito poucas. Mas essas exceções trabalham com mais independência em seus próprios blogs do que nas páginas e vídeos da velha mídia. Logo após a eleição a velha mídia tratava o Bolsonaro com deboche. Agora o trata com ironia e desdém.

Chega a ser cansativo. Como se militar fosse um bicho que deveria viver enjaulado e fora do nosso contexto politico e social. A velha mídia não sabe que o militar é um profissional admirado pelo brasileiro. Respeitado e querido. E de formação exemplar. Eles insistem em apontar o numero de militares no governo como se fosse uma ameaça. Tentam acuar, aqui e ali, os interlocutores, com perguntas estapafúrdias e analises estupidas.

Os leitores não sabem: quem não gosta de militar é a imensa corrente de jornalistas engajados na ideologia de esquerda. E não gosta porque o militar, ao longo dos últimos cem anos, foi sempre a barreira, a última barreira que se interpõe toda vez que a esquerda totalitária quer dominar o país. Normalmente o Congresso Nacional se rende, o judiciário se rende, as elites se aconchegam e se locupletam. Aí o povo, e alguns outros, poucos, vão bater na porta dos quarteis. E o militar é sempre quem salva a pátria e a liberdade. Os jornalistas não sabem. Não conhecem a história, em sua maioria. Mas a nação sabe. O Jornalista não sabe nem que a continência é também um ato de respeito e de admiração. Pensam que é apenas um ato de submissão.

Assisti na Globo News, na semana de 19 a 24 de novembro de 2018, inúmeras vezes, repórteres e comentaristas se referirem a “um assessor de segurança nacional “do governo dos Estados Unidos, que visitaria o presidente eleito no dia 25 de novembro. Por omissão, inexperiência, por ignorância ou má fé, desconhecem que o Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos é quem visitava o Presidente eleito do Brasil. E que ele é um dos quatro mais importantes executivos do governo americano, antecedido pelo próprio Presidente, pelo Secretário de Estado e pelo Secretário De Defesa. Não creio que seja ignorância. Nem preguiça de realizar pesquisa. Acho que é descrédito mesmo.

Essa mesma mídia, a velha mídia, é aquela que permanece com olhos e ouvidos fechados a muita coisa que aconteceu no Brasil desde a era FHC. Por interesses diversos, e cumplicidade, o leitor ficará por muito tempo sem saber. Vem tomando conhecimento, aos poucos, pela internet. A velha mídia morrerá antes que possa contar a verdadeira história do Brasil dos últimos trinta anos.