A ESQUERDA PARA PRICIPIANTES
No começo de minha carreira,
em alguma redação de algum jornal do passado lembro de alguém que entrava na
redação, sempre gritando, “a direita é burra.” Eram os idos do final da década de
sessenta do século passado. Repórter jovem e sem experiência me limitava a
ouvir. Pelas imagens que guardo no canto de minha memória aquele jornalista
entendia de história política. Eu ia para casa com aquilo na cabeça. Será mesmo
que a direita é burra? Mas não era ela que estava no poder? Como pode ser
burra? Me questionava. Isso veremos em outro artigo.
Eu cobria o Ministério da
Guerra no Palácio Duque de Caxias, no bairro Central do Brasil, da cidade do
Rio de Janeiro. Lá era o centro nervoso do Poder Militar da época. Com o tempo
e meu trabalho fui entendendo por que ele achava a direita burra. Queria
entender mais. Fui estudar política e ciência social. Resumindo, para os
iniciantes, aqui vai um simplório retrato da esquerda política.
A Esquerda tem um pensamento
estruturado enquanto ciência politica, assimilado e perfeitamente aplicado ao
Poder por seus militantes. Fora do Poder se dedicam a estudar e estruturar a
ciência política para a hora da chegada. Dentro do Poder assumem sem
constrangimentos a ideologia de Karl Marx (1818-1883) adaptada aos tempos
modernos pelo italiano Antônio Gramsci (1891-1937) e temperada pela assombrosa
obra do americano formado na Universidade de Chicago, Saul Alinsky (1909-1972)
Essa tríade de pensadores representam a espinha
dorsal da ideologia de esquerda hoje praticada. Toda essa obra está estruturada
com o objetivo principal de destruir os valores da cultura judaico-cristã, a
liberdade, o capitalismo e em seguida implantar a ditadura do proletariado. Um
foi aprimorando o pensamento do outro na aplicação de regras para ganhar o
Poder. A rigor podemos afirmar que nas obras deles estão as raízes do comunismo
moderno. Sendo que o primeiro, Karl Marx
(1818-1883) revolucionário e intelectual alemão,
fundador da doutrina comunista. Ele ainda atuou como filósofo, economista,
historiador, jornalista e teórico político. Pioneiro, com sua vasta obra se contrapunha ao
capitalismo justificando a Ditadura do Proletariado chegando ao Poder. Sua obra
principal é sobejamente conhecida como O CAPITAL. Mais tarde seus cultores e
adeptos encontraram ali a cartilha para implantar as ideias pela força das
armas. E assim foi através de seus discípulos mais proeminentes: Lenin, Trotsky
e Stalin. Com eles e pela força das armas o marxismo se impôs e formou em 1918
a URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas) sem se incomodarem com o
assassinato de cerca de 50 milhões de pessoas (só na União Soviética) para
reinaram por 70 anos no Século XX. Depois temos a China e Cuba. Para ficar nos
principais. Nesses dois países a força das armas se impôs em revoluções
sangrentas e prevalecem até os dias de hoje. Antes com o apoio da URSS, e hoje
com minguados de vários países. Inclusive do Brasil. A China, onde Mao Tse Tung
(1893 -1976) se impôs, também, numa revolução que durante seu
reinado ceifou a vida, por assassinatos, segundo alguns autores, de cerca de 60
milhões de pessoas.
Na Wikipédia encontramos essa definição para a
esquerda e direita:
O termo esquerda e direita na política
nasce no contexto de emergência da Revolução Francesa, "delegados
identificados com o igualitarismo e reforma social sentavam-se à esquerda do
rei; delegados identificados com a aristocracia e o conservadorismo, à direita.
[...] ao longo do século XIX na Europa a distinção entre esquerda e direita
passa a ser associada com a distinção entre liberalismo e conservadorismo"
O certo é
que desde Marx a Esquerda não parou de pensar e disseminar seu pensamento por
todos os meios possíveis e imagináveis. Quem leu Gramsci sabe perfeitamente
como se dá o processo. A maioria dos brasileiros nem sabe de quem se trata. Mas
a eficácia de sua cartilha está por todo canto. Nós, brasileiros, assimilamos,
institucionalmente, em banais reportagens da mídia e até em decretos do governo
a expressão “sociedade civil”. Isso não existe. Passou a reinar a partir da
obra do comunista italiano Gramsci. Ele a usou para designar um grupo de gente
componente de uma nação, numa intuitiva denominação para isolar o estamento
militar que em sua obra, e por toda a esquerda, só é reconhecida na chamada
ditadura do proletariado. Após a primeira guerra mundial passou a ser assim. A
esquerda isola o estamento militar da sociedade. Só o reconhece após a tomada
do Poder quando passam a designar as Forças Armadas, de forças armadas
populares, ou exército popular de libertação, ou mais ainda exército bolivariano,
como na Venezuela e na Bolívia. Não sem antes descaracterizarem as Forças
Armadas renovando seus membros em toda a hierarquia em busca do afinamento
ideológico.
A
esquerda não parou no gramcismo. Evoluiu com milhares de autores e passou a ter
uma presença significativa nas universidades, na Igreja, na mídia, nos partidos
políticos e nos parlamentos. A partir dos anos sessenta do Século XX apareceu o
Alinsky. Controverso e demoníaco. Sua obra é significativa e torpe. Nenhum
pensador de esquerda aborda a tomada do Poder como ele no seu livro REGRAS PARA
RADICAIS. (No Brasil pode ser adquirido na www.amazon.com) Em suas
justificativas, elenca uma exorbitância de ações para solapar a sociedade
constituída e assim implantar a nova ordem revolucionária. O livro está adotado
inclusive pelos radicais islâmicos. Impressiona a destreza com que maneja fatos
e argumentos em busca do seu objetivo. Impressiona tanto que dizem estar entre
seus admiradores o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a
ex-candidata Hilary Clinton que teria feito sua tese de mestrado com a obra do
autor. É o guru da esquerda americana e dizem alguns do novo Partido Democrata.
E se o leitor desejar um mergulho profundo
para saber como a esquerda deseja destruir a sociedade capitalista vale muito a
leitura do livro JOGANDO PARA GANHAR ( LVA- Editora, 2018) do atual Secretário
de Segurança do governo eleito do Estado do Rio de Janeiro, ex-consultor do
Banco Mundial e um dos fundadores do Partido Novo, professor Roberto Mota. Como
está explicado na contracapa do livro, trata-se de uma obra que “é
um conjunto de histórias, ideias e reflexões sobre o Brasil, nossa cultura,
política e sociedade, bem como sobre o momento que vivemos. É uma conversa
sobre passado e futuro, sobre medo e oportunidades, e sobre as causas dos
nossos problemas.”
Em suas páginas pode-se notar um invejável trabalho
de pesquisa e um acurado retrato de como a Esquerda vem se enraizando no Brasil
nas últimas décadas.
Veremos
mais sobre a Esquerda aqui mesmo no próximo artigo. E num outro, mais adiante,
sobre a Direita que o Jornalista do primeiro parágrafo achava burra.
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