RIO DE JANEIRO E DE GUERRA
Comprar
celular roubado, negociar o preço livremente na Avenida Brasil, umas das
principais artérias viárias da cidade, em seus engarrafamentos, é um ato
normal. Não há repressão. Se isso escandaliza tem mais: as feiras de produtos
roubados proliferam. Parece uma cidade sem Lei. A feira de Acari, no bairro do
mesmo nome, zona norte da Cidade, famosa por revender peças automobilísticas de
carros roubados vai de vento em popa. Assaltos a caminhões de cargas, também na
avenida Brasil, são diários e múltiplos. Há uma predileção dos bandidos pelas
cargas de carnes. São aquelas em que o produto do roubo é vendido
rapidamente. Pontos de venda funcionam, " organizados ". Dos
maiores, um está no bairro de Guadalupe também na Zona Norte, margeando a
própria avenida Brasil, atrás do antigo depósito das organizações Sendas. O
outro está num dos pontos mais movimentados do Centro da Cidade: atrás da
Central do Brasil, onde próximo funciona a sede da Polícia. Isso sem contar os
receptadores que devem existir aos milhares.
Arrastões são diários e em
diversos lugares. Na avenida Marechal Rondon outra artéria urbana
importante que liga a Zona Norte ao Centro tem períodos que são diários.
E muita pouca gente vai se queixar na Polícia. Parece que o carioca já se
acostumou com essa aberração. É a naturalização da violência. No outro lado da
moeda está a propagação da violência manifestada em balas perdidas ou certeiras
que ferem, mais das vezes de morte, crianças e adultos e uma dezena de
policiais por mês. Com salários irrisórios se comparados às suas tarefas, a
polícia sucumbe indefesa diante do arsenal de guerra dos bandidos. Suas armas
estão superadas, são falhas e sem manutenção. Policiais já morreram em
confronto por falhas do armamento. E se não basta, resta o cipoal legislativo, incompreensível,
inadmissível e que faz a Justiça ser diligente e parecer leniente com a
bandidagem. Nas televisões proliferam opiniões de toda sorte de “especialistas”
com suas análises elaboradas para colocar bandidos como vítimas sociais. Horda
de advogados se assanham inconformados pela possibilidade de perderem a imensa
clientela no meio da bandidagem. E os políticos. São inúmeros os que se elegem
com o apoio de vagabundos, assaltantes e facínoras. E contam com os votos de
suas famílias também. Leia artigo sobre natalidade no Brasil:
https://aleluiaecia.blogspot.com.br/2014/07/natalidade-no-brasil-ii.html
Como diz a jornaleira da minha
rua:
- No Rio de Janeiro
as comunidades (um eufemismo imposto pelos bandidos para definir as favelas) em
sua maioria vive de arrumação.
Por arrumação se entende toda a sorte
de pequenos e grandes delitos. Vai de assaltos, arrastões, revenda de material
roubado, furtos e outras transgressões. Esse bloco age sem repressão. Além de
ser difícil o seu combate, propaga a violência. Nos morros e favelas impera a
lei da guerra. Nas redes sociais proliferam vídeos de atos de quadrilhas com
ferocidade comparável ao Estado Islâmico. Menores de idade, protegidos pela
legislação, exibem todo tipo de arma. Reina a exaltação da brutalidade. A mídia
clama por mais eficiência da polícia. Esta exerce suas funções com salários
atrasados, armamentos superados e frota sucateada. É comum turistas desistirem
de queixas diante da falta de equipamentos para registros nas Delegacias. A
violência e o inusitado toma conta da vida dos cariocas. Um aplicativo para
indicar a existência de tiroteios faz um enorme sucesso. ONDE TEM TIROTEIO.OIT-
RJ. Registra um tiroteio a cada duas horas.
A população do Estado do Rio de
Janeiro precisa se conscientizar que não é apenas vítima da violência. É parte
dela. Ativa e passiva. No metrô da cidade está cheio de avisos solicitando aos
passageiros que não comprem mercadorias de ambulantes. Alerta que uma das
razões é que o produto pode ter sido roubado. Quem compra mercadoria roubada
está participando do crime. Este é o retrato, pequeno, da realidade que o
Exército vai enfrentar.
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