O mundo se transforma pela internet

A revolução mais rápida e desconcertante que o mundo já viu está sendo promovida pela Internet. Nada, desde o aparecimento de nossa civilização, causou efeitos tão profundos na existência do homem quanto a web. Desde cirurgias via satélite, passando por grandes máquinas e robôs operados por softwares, telefone, educação à distância, tudo através da web, o mundo em sua casa, e de graça, até chegar ao desmoronamento dos grandes impérios da comunicação social, nada na história do homem causou tanto impacto e mudou tanto o seu comportamento.

Para entender esse novo mundo e para onde ele caminha dois livros são fundamentais.

Um é A Cauda Longa, do jornalista americano Crhis Anderson, (Editora Campus), e o outro, Cultura da Convergência, de HenrryJenkins, (Editora Aleph). No primeiro, encontramos a abordagem segura e catalisadora das mudanças ocasionadas em todos os aspectos do “modus vivendi” da sociedade americana, especialmente nas áreas comercial, industrial e de entretenimento. Sob esse novo angulo, prospecção comercial, investimentos em novos negócios, direcionamento para os já existentes e expansão são analisados com profundidade e sabedoria. Seja lá qual for o negócio, é necessário estar atento e informado para qual direção navega o cometa chamado Internet. Cometa por agora, pois na velocidade em que se desenvolve logo será maior que o sistema solar, do tamanho do universo depois.

Em Cauda Longa podemos ter uma boa idéia de como naufragou a poderosa indústria do disco e do CD e ainda vislumbrar o tamanho da bomba que vai explodir nos meios de comunicação social.

Já em Cultura da Convergência a abordagem evolui através de estudos e pesquisas de onde o autor tira conclusões e emite julgamentos sobre o futuro dos meios de comunicação social, particularmente a televisão.

Independente da opinião sobre o futuro, o livro se torna mais interessante com a descoberta de onde a equipe do Presidente Obamafoi buscar as idéias que irrigou a sua fabulosa campanha com destino a Casa Branca. Será possível entender também o porquê do fenômeno de vendas da série Harry Potter e como a Internet se torna uma linha auxiliar para que as novas gerações leiam mais, jogando por terra o mito de que quem está na net não lê. E mostra também como se deu a rendição dos grandes estúdios de Hollywood, incomodados com a questão do direito autoral, mas impotentes para uma reação diante dos milhões de internautas desejosos por criar e se divertir em cima de obras cujos direitos não permitiam o acesso gratuito. O livro mostra como os titãs se renderam.

É fascinante.

A conclusão após a leitura dessas duas obras fica ao gosto de cada um. É necessário estar plugado nas novas ferramentas de comunicação para entender os caminhos a serem trilhados pelo modelo de tv e jornal que conhecemos hoje. O Bill Gattes, dono da Microsoft, já disse que a TV acaba em 10 anos. Rudolph Murdoch, o maior empresário do mundo na área de notícias, também disse que o jornal impresso deixa de existir nos próximos 10 anos. Eles devem saber o que estão afirmando. O americano Warren Buffet, homem mais rico do mundo, é dono de um pequeno jornal em Búfalo, cidade no meio oeste americano, e também de uma pequena participação acionária no jornal Washington Post. Não tem muitos anos que ele entrou neste ramo de negócio. Um repórter lhe perguntou, recentemente, se ele pretendia aprofundar a experiência com mais compras no setor. Firme na resposta descartou:

- Não, se fosse hoje eu não teria feito esse negócio. Não investiria um tostão.

Sendo quem é Buffet, todo empresário da área de comunicação deve estar atento ao seu negócio e com as barbas de molho.

Aqui no Brasil, com as informações disponíveis no mercado, ainda não dá para fazer uma radiografia do futuro e analisar com segurança o presente. Sabe-se que o rádio já não é o mesmo, a TV perde audiência significativamente e a mídia impressa perde circulação vertiginosamente. Uma coisa é certa: nenhum deles será o mesmo nos próximos cinco anos. Em dez anos nem a sombra do que são hoje existirá.

Por aqui, entre nós, ainda é tímido o efeito da web nos meios de comunicação. Tímido, mas constante e abrangente. Enquanto isso, a grade jornalística e a apresentação dos telejornais nas TVs seguem como se nada estivesse acontecendo no seu universo. O diferencial é chamar para o portal, mas estes são desinteressantes. As TVs passam o dia a chamar o telespectador para logo mais, no jornal das sete ou das oito. Ora, tudo já está na Internet, desde a madrugada anterior. A TV envelheceu, quem diria...

Numa série de artigos, a começar pela TV, vamos navegar nesse setor, aqui no Brasil, e saber um pouco sobre o mundo que nos espera em matéria de mídias.Este blog vai nos deixar atualizados em matéria de mídias com esta série que será aqui publicada.

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