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Mostrando postagens de 2017

AINDA FRANK SINATRA- O CHEFÃO ( final )

Me interessei pelas biografias do Frank Sinatra a partir do ano 2000. Estava em Chicago onde vivia uma filha. Era dia do meu aniversário e ela fez uma reserva me dizendo que eu iria adorar o lugar. Cheguei cedo. Era um lugar chique, sem sofisticação. Um senhorzinho de cabeça branca como barmen era o único habitante naquela hora. Me serviu um dry martini e continuou no que estava fazendo. Pus-me a olhar as paredes do bar. Todas decoradas com cartas e bilhetes. Emoldurados, criteriosamente datilografados, dirigiam-se a um único personagem: o dono do bar, seu amigo. Outra coisa me chamou atenção: em nenhuma das cartas havia maiúsculas. Tudo escrito em letras minúsculas. Não me perdoo por haver esquecido o nome daquele personagem e do lugar. Como não me recordo do nome nunca pude busca-lo na internet. Busquei o bar. Aparece mais de 20 lugares como preferidos do Sinatra na velha Chicago. Um deles diz o mestre Google era-lhe mais assíduo. Mas não há referencias a cartas emolduradas na par...

SINATRA-O CHEFÃO (II)

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Este é o título do segundo volume da última biografia do cantor Frank Sinatra. Escrita pelo jornalista americano James Kaplan e com 1.211 páginas trata-se de uma obra prima em matéria de biografias. Lançada no Brasil pela  Editora Cia das Letras  em 2015 é leitura obrigatória para quem deseja entender com profundidade o que foi os Estados Unidos no Século XX. Não que o autor se arvore em sociólogo. Mas explica e prova com fatos e versões como Sinatra foi o mais significativo filho das contradições americanas do século passado. O livro mostra que ele passou por todas. Venceu todas. Mostra também como ele se tornou o maior ícone americano até nossos dias. Como diz na orelha do livro “ quando James Kaplan publicou FRANK: A VOZ, o primeiro volume de seu ambicioso projeto sobre um dos personagens centrais da cultura popular do século XX, só admiradores do artista norte-americano sabiam que estavam diante de um empreendimento majestoso”. A história da ascensão de Frank Sinatra (...

FRANK SINATRA- A VOZ (01)

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Não é uma biografia qualquer. Trata-se da história, e que história, daquele que é considerado o maior personagem do Século XX. E a obra pode estar no pódio das grandes biografias contemporâneas. Soberbo é o trabalho do Jornalista americano James Kaplan nos dois alentados volumes sobre a vida do mito Frank Sinatra. Lançados no Brasil em 2013 pela Editora Companhia das Letras ( www.companhiadasletras.com.br ) o primeiro volume intitulado A VOZ com 747 páginas. Vai do seu nascimento em 1915 no subúrbio nova-iorquino de Hoboque, New Jersey, até 1953 quando ele ganha o Oscar por seu desempenho no filme A Um Passo da Eternidade, interpretando o soldado Ângelo Maggio. O segundo volume (SINATRA- O CHEFÀO) mais denso e volumoso, aborda a última parte da existência do mito e vai até o ano de sua morte em 1998. Não é um livro qualquer. São dois alentados volumes, para não dizer calhamaços. A precisão dos fatos, o teor da narrativa, o volume e a minuciosidade das pesquisas se agregam a um te...

Rio de Janeiro: lirismo na favela

                             Durante anos, muitos anos, ou mesmo décadas, intelectuais, literatos, músicos, compositores, jornalistas e artistas em geral louvavam o morro, as favelas cariocas, em prosa, verso, músicas, contos, crônicas e romances. O verso, a prosa e a frase versavam todos sobre a doce vida no morro. A favela era lugar de beleza; de felicidade. Diziam eles. Essa turma dava o nome a isso de lirismo. Lirismo é o cacete. Aí apareceu a turma do funk e do punk e desmistificou essa história. Seus acordes, rimas e métricas tortuosas cantam a vida como ela é. Com todo o realismo cruel que os cercam.   Não conheço ninguém que se pudesse morar em outro lugar não caísse fora desse lirismo em instantes. Vá lá na Favela do Arará que faz parte do complexo de favelas da Barreira do Vasco no bairro de Bonsucesso, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Vá no Morro do Chapadão, na Pavuna....

RIO DE JANEIRO DE FAVELAS

Em meados da década dos anos oitenta do século passado a cidade do Rio de Janeiro tinha 620 favelas. Esse foi o numero levantado pelo Comitê de campanha do então candidato a Prefeito, Deputado Federal Rubem Medina. No escritório central tínhamos um mapa com todas elas. Suas populações e suas necessidades. Que não eram poucas. A favela que era o xodó do candidato e onde ele pretendia tornar o cartão postal de sua administração, eleito fosse, era a Rocinha. Lá se vão 32 anos. Da Rocinha incorporamos uma líder comunitária de nome MARIA HELENA. Baixinha, branquinha, olhos pequenos e negros, brilhavam e pareciam uma jabuticaba. Cabelos pretos escorridos pelos ombros, deveria ter seus trinta de idade. Lembro que era de uma vivacidade impressionante. Sabia tudo sobre a favela. Todo santo dia ela estava lá no escritório e sempre trazendo detalhes das necessidades de sua comunidade. Era um encanto de pessoa e com uma disposição para o trabalho invejável. Todo mundo gostava dela. Além d...

RIO: DE JANEIRO A JANEIRO

A cidade do Rio de Janeiro é o melhor exemplo que conheço, porque vivo, de como uma cidade se degrada. Por mais de cinquenta anos assisto, dolorosamente, seu esfacelamento e sua deterioração. E o que é pior: com a estrita colaboração do poder publico. A cidade é agredida de todo lado. Já ouvi de um carioca: –    fazem de tudo para acabar com o Rio de Janeiro. Mas a cidade resiste. E como resiste. Vai longe o ano de 1982 quando participei de uma campanha política para prefeito da cidade. Os principais candidatos eram o ex-deputado federal Rubem Medina, então no PFL (Partido da Frente Liberal- PFL) e o ex-senador Saturnino Braga pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista- PDT) do então governador Leonel Brizola. Eu estava na campanha do primeiro. Rubem Medina não era, na época, uma das estrelas do Congresso Nacional. Mas sempre chegou lá com votações retumbantes, expressivas. Tinha a seu favor a história de amor pelo Rio herdada de seu pai (Abram Medina um empresário q...

Rio de Janeiro e a Gunabara

A desgraça do Rio de Janeiro vem de longe. Muito longe. Seus mais de 100 policiais mortos em combate nesse ano de 2017 é um retrato, trágico e incompreensível, de uma das faces da realidade cruel da outrora Cidade Maravilhosa. Vivemos hoje numa cidade e num Estado que quase nada funciona direito. A Polícia é a instância mais recorrida pelos moradores. Aqui se chama a polícia para tudo. Um soldado da PM é sobretudo um especialista em gente. O carioca se socorre dela para fazer parto, separar briga de vizinhos, coibir abusos de comportamento, de falta de educação, para retirar casa de abelhas, de maribondos e até socorro a velhos, inválidos e animais. Trocar tiros com bandidos é apenas uma de suas missões diárias. Quer saber mais? Busque uma pesquisa de um dia no número 190 o telefone de socorro policial posto a serviço da população. Essa dura realidade é a foz de um caudaloso Rio de problemas. Foi uma cidade maravilhosa até os anos setenta do século passado. A desgraça começa n...

O RIO DE JANEIRO POR ALDO REBELO

  Vasculhando meus alfarrábios em busca de dados sobre a cidade do Rio de Janeiro, descobri numa montanha de papeis algo escrito pelo Deputado Federal Aldo Rebelo numa revista do Instituto de Estudos Ações Sociais da saudosa Univercidade, o Centro Universitário que tinha cara da Cidade. Não conheço o Deputado Rebelo. Apenas sei que se trata de um comunista, essa coisa mofa e adequadamente utilizada para desgraçar grupos e países. Mas o Deputado Rebelo, dizem que é fino no trato, polido no comportamento, elegante na forma e arguto nas ideias. Pelo que encontrei atesto que é verdade. É primoroso o artigo escrito pôr ele e publicado na revista IDEAS. Lá se vão cerca de vinte anos. Para quem não sabe e hoje vive a estarrecedora realidade de um uma cidade sem Lei, com células de verdadeiro Califado Islâmico em cada canto da Cidade vai aqui um retrato do que já foi o Rio de Janeiro.Com a palavra o Deputado: -permitam-me focalizar o Rio de Janeiro como símbolo nacional. Nenhum...

REMÉDIOS E FARMÁCIAS

  Esse setor reflete muito bem a imagem do Brasil. Pujante, com faturamento de fazer inveja aos grandes grupos financeiros internacionais. É possível que seja o setor que mais cresce na economia brasileira, apesar da crise. Deve estar movimentando mais dinheiro que a indústria de telefonia e afins. São bilhões e bilhões. Com o devido apoio e olhos fechados da ANVISA. Esta, a Agencia Reguladora de Vigilância Sanitária que cuida do setor. O negócio é tão bom, tão bom que farmácia hoje é um negócio controlado por bancos e grandes grupos de investimentos. As margens de lucro são de fazer inveja a qualquer outro setor da economia brasileira. A Agencia Reguladora parece não regular nada. Quase nada produz que beneficie o consumidor. Ela é o exemplo perfeito e acabado de que o Estado brasileiro necessita de uma reforma muito mais profunda do que apenas uma reforma do governo.   Em 3 de maio de 2017 entrei numa farmácia PAGUE MENOS na avenida Nossa Senh...

ELETROBRÁS: PRIVATIZAÇÃO À BRASILEIRA? NÃO!

Com a Eletrobrás o governo tem a chance de realizar uma operação séria e vantajosa para o país. Como a Inglaterra fez ao privatizar suas empresas estatais. Lotes mínimos, em pequenas quantidades, para que a população possa participar e lote máximos, definidos, para que os de sempre não se favoreçam. Administração profissional por indicações de assembleias de acionistas. Essa deve ser a regra básica. As privatizações das empresas estatais brasileiras nos governos FHC e na era petista são de triste memória. E franco prejuízo para os contribuintes.  Algumas delas foram realizadas sob  ações duvidosas ( criminosas?) que geraram inclusive processos na justiça. Se juntarmos empréstimos, favores, elisão e renuncia fiscal de nossos governos para o elenco "privatizado" o rombo final será maior que o atual déficit fiscal do Brasil. O melhor exemplo é a OI. A maior Tele do país foi entregue, escancaradamente, para um grupo "selecionado"  pelo g...