REMÉDIOS E FARMÁCIAS
Esse
setor reflete muito bem a imagem do Brasil. Pujante, com faturamento de fazer
inveja aos grandes grupos financeiros internacionais. É possível que seja o
setor que mais cresce na economia brasileira, apesar da crise. Deve estar
movimentando mais dinheiro que a indústria de telefonia e afins. São bilhões e
bilhões. Com o devido apoio e olhos fechados da ANVISA. Esta, a Agencia
Reguladora de Vigilância Sanitária que cuida do setor. O negócio é tão bom, tão
bom que farmácia hoje é um negócio controlado por bancos e grandes grupos de
investimentos. As margens de lucro são de fazer inveja a qualquer outro setor
da economia brasileira. A Agencia Reguladora parece não regular nada. Quase
nada produz que beneficie o consumidor. Ela é o exemplo perfeito e acabado de
que o Estado brasileiro necessita de uma reforma muito mais profunda do que
apenas uma reforma do governo.
Em
3 de maio de 2017 entrei numa farmácia PAGUE MENOS na avenida Nossa Senhora de
Copacabana, numero 471, no Rio de Janeiro. Paguei R$ 130,00 (cento e trinta
reais) por um remédio cuja substancia é conhecida no mercado como MIRTAZAPINA.
Não é um remédio qualquer. Diz na caixa que é fabricado em Salt Lake City, uma
cidade do meio oeste americano, pela ANESTA LLC. Diz ainda que é importado pela
empresa Schering Slough, Indústria Farmacêutica Ltda. e embalado no Brasil pela
empresa Merck Sharp e Dohme Farmacêutica, em Campinas, Estado de São Paulo.
Cheguei
em casa abri a caixa. Tirei uma das cartelas e abri o primeiro comprimido.
Estava esfarelado. Estranhei mas abri o segundo. Abri o terceiro, o quarto e a
cartela toda. Todos esfarelados. Um dia depois voltei na farmácia com a nota
fiscal em punho. Pedi para falar com a farmacêutica responsável. Expliquei-lhe
a situação. Com olhos de quem duvidava ela pegou uma das cartelas e apertou com
cuidado. Pedi-lhe que abrisse. O remédio era meu e estava pago. Abri com ela
toda a cartela. Estava também toda esfarelada. Pedi-lhe que trocasse a caixa.
Ela me devolveu e disse o inimaginável:
- Sinto, mas nada
posso fazer. Nós apenas vendemos. Não somos responsáveis pelo produto. A
farmácia não se responsabiliza por nenhum remédio vendido. O senhor liga para o
SAC (o serviço de atendimento ao consumidor) no telefone que está na caixa e
reclama.
Foi
a primeira vez que vi o vendedor não ser responsável pelo que vende. Liguei
para o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Merck. A atendente quis
saber o lote, o numero da caixa, onde comprei e mais outras perguntas. Já
estava achando que eu era o culpado. Ao final me informou que não trocava
produtos. Iria mandar um portador recolher a caixa no meu endereço e me
devolveria a quantia a paga. Que eu aguardasse. Espero até hoje. Perdi meu
dinheiro e não tive o remédio. Pois além disso a farmácia reteve a receita médica.
Calma.
Esse não é o único dos meus absurdos no setor. Faço uso de uma pomada de nome
nitrato de isossondina. Sei apenas que era fácil adquiri-la nas farmácias de
manipulação. Depois de algum tempo virou um produto controlado, proibido a
venda sem receita médica. Me informei a respeito. Não encontrei ninguém que me
desse uma explicação lógica. Até que meu médico fez uma pesquisa e descobriu
que a matéria básica da pomada era um componente de onde se faz outro remédio,
de nome isordil. Esse para o coração e é comprado em qualquer farmácia sem
nenhum receituário. Ficou tão espantado quanto eu com o controle daquela
medicação. Ordens da ANVISA.
Durante
décadas usei para queimaduras e afins uma inocente pomada chamada unguento picado de butesin. Eu e a torcida do
Flamengo. Bastava ir na farmácia e compra-la. Era o melhor para queimaduras.
Pois a ANVISA baniu esse medicamento do mercado. Foi substituída por uma outra
chamada SULFADIAZINA DE PRATA. Só que controlada. Sua venda só é possível
mediante receita médica. Perguntei a razão para o farmacêutico. Disse-me que contém
matéria prima do antibiotico. Ordens da ANVISA.
É
difícil encontrar uma farmácia que faça a medição da pressão. Muitas cobram.
Encontrei uma no Rio de Janeiro que só afere a pressão arterial na casa do
cliente nas redondezas. Por isto cobra R$ 15,00 ( quinze reais). Deveria ser
obrigatório toda farmácia oferecer o serviço de aferição de pressão arterial
para os clientes. Afinal é do negócio. Assim como a aplicação de injeções. Como já foi um dia, antes da ANVISA.
Estamos todos sem proteção,pois os órgãos oficiais criados para isso não funcionam ou funcionam de modo a atender interesses inconfessaveis. Podem ser citados e igualmente imprestaveis:PRÉVIC ANATEL e todas as demais.
ResponderExcluiré isso mesmo. e cada vez piores.
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