ELETROBRÁS: PRIVATIZAÇÃO À BRASILEIRA? NÃO!
Com
a Eletrobrás o governo tem a chance de realizar uma operação séria e
vantajosa para o país. Como a Inglaterra fez ao privatizar suas empresas
estatais. Lotes mínimos, em pequenas quantidades, para que a população
possa participar e lote máximos, definidos, para que os de sempre não se
favoreçam. Administração profissional por indicações de assembleias de
acionistas. Essa deve ser a regra básica. As privatizações das empresas
estatais brasileiras nos governos FHC e na era petista são de triste
memória. E franco prejuízo para os contribuintes.
Algumas
delas foram realizadas sob ações duvidosas ( criminosas?) que geraram
inclusive processos na justiça. Se juntarmos empréstimos, favores,
elisão e renuncia fiscal de nossos governos para o elenco "privatizado" o
rombo final será maior que o atual déficit fiscal do Brasil. O melhor
exemplo é a OI. A maior Tele do país foi entregue, escancaradamente,
para um grupo "selecionado" pelo governo brasileiro de então. Pouco
tempo depois, já sob a era petista ela dobrou de tamanho. Como a Lei não
permitia, o governo Lula fez outra Lei e possibilitou que a Brasil
Telecom fosse comprada " pela OI. Maior ainda ela se tornou. Maior ainda
foi o financiamento estatal. Toda essa trama um dia foi parar na
justiça e tudo acabou sossegado. Menos para o contribuinte.
A "privatização
" da Vale no mercado considerada um sucesso é questionável quando se
olha para seu quadro acionário. O governo ainda é o maior acionista. Dos
cofres do BNDES saíram bilhões para essas tenebrosas transações.
Somados a perdões e firulas fiscais muitos outros bilhões. Tudo saiu do
bolso do contribuinte. Que vantagem ele teve nisso? nenhuma. A cada
privatização a justificativa é rombo nas contas publicas, preços e
serviços melhores para os consumidores e serviço eficiente. Nada disso
acontece. No caso das Teles, essas companhias se transformaram em
empresas de internet. O brasileiro não sabe. Continua pagando uma das
telefonias mais caras do globo. Ineficientes, ineficazes e temos uma das
piores e mais caras bandas largas do mundo. No caso da Vale a maioria
acionária pertence aos fundos de pensões administrados pelo governo e
grande parte deles deficitários, quebrados.
O
exemplo da OI serviria para escrever um compêndio. Os envolvidos, ou "
novos donos " , sugaram essa empresa enquanto puderam. Foram saindo
devagarinho e aos poucos, por arranjos societários, pularam fora do
barco. Sem nenhuma reação da sociedade ou do governo e do Congresso.
Pilharam, malversaram e depois a entregaram de volta. Só não está
explicitamente nas mãos do governo em razão de outras firulas, jeitos e
arrumações jurídicas realizadas que permitiram uma intervenção. A
situação dela é tão calamitosa que grupos estrangeiros vacilam em
assumir seu passivo e seu comando. O atual governo não tem, pelo menos
de publico, uma solução conhecida. E o consumidor continua pagando a
conta.
Nem
é preciso rememorar as "privatizações " do governo Dilma. Basta o
exemplo dos aeroportos. Escolheu-se o parceiro, quase sempre os mesmos,
de preferência empreiteiras ou grupos financeiros. Estes foram no
exterior, buscaram empresas administradoras de aeroportos que assumiram
uma porcentagem mínima das ações (coisa de no máximo cinco por cento)
para repasse de tecnologia. Sob administrações temerosas
projetaram aeroportos gigantescos, caros e pouco eficientes com o
dinheiro do BNDES. Agora estão devolvendo.
Todos
os donos de aeroportos, brasileiros, estão investigados ou presos na
Lava Jato. A conta é do contribuinte via BNDES. O aeroporto do galeão,
no Rio de Janeiro só funciona o terminal 01. Viracopos em Campinas é
um assombro. Super dimensionado, corredores intermináveis sem esteiras
rolantes ou trem interno. Que o digam passageiros que são obrigados a
longas caminhadas com bagagens nas costas. Quase nunca se encontra
carros elétricos para o transporte , e sua estrutura, metade ou mais,
está ociosa. Não há como se sustentar sem a mão do Estado.
Agora
o governo anuncia a transferência do controle dessas administradoras
para empresas chinesas. Essas mesmas empresas chinesas estão
comprando participações acionárias nas empreiteiras brasileiras.
As empreiteiras permanecem com o mesmo nome, os acionistas brasileiros
permanecem e ainda embolsam uma bolada. Muito estranhos esses chineses.
Mas não jogam dinheiro fora. Isso sem contar com as " privatizações "
das linhas de transmissões da energia gerada pelas usinas estatais.
Esse
é outro buraco negro. A maior parte da recente ajuda do governo,
aprovada pelo Congresso Nacional (sessenta e dois bilhões de reais)
ajudou a turma da transmissão. Envolvidas num cipoal de leis, normas,
regulações e procedimentos que o grande publico não entende esse setor
navega sob águas turvas e sorve bilhões de reais pagos pelo consumidor. O
atual rolo é uma herança deixada pelo governo Dilma. Como nada é muito
claro estamos a ler nos jornais agentes do governo atual criticando o
governo passado. Certo ou errado essa dinheirama foi uma das causas do
atual déficit publico. E saiu do bolso do contribuinte. Engraçado nisso
tudo é o fato de apenas o governo federal reclamar. Nem o consumidor,
nem os agente públicos e privados das geradoras e transmissoras reclamam
nada. Apenas a Eletrobrás e o Ministro da Fazenda. É preciso muita
fiscalização para a Eletrobrás não ir parar nas mãos dessas mesmas
turmas. Elas costumam ganhar sempre. E sempre contam com a ajuda do
Congresso, da Agencia Reguladora de Energia e do CADE.
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