26 de dezembro de 2018

A ESQUERDA PARA PRICIPIANTES


   

No começo de minha carreira, em alguma redação de algum jornal do passado lembro de alguém que entrava na redação, sempre gritando, “a direita é burra.” Eram os idos do final da década de sessenta do século passado. Repórter jovem e sem experiência me limitava a ouvir. Pelas imagens que guardo no canto de minha memória aquele jornalista entendia de história política. Eu ia para casa com aquilo na cabeça. Será mesmo que a direita é burra? Mas não era ela que estava no poder? Como pode ser burra? Me questionava. Isso veremos em outro artigo.

Eu cobria o Ministério da Guerra no Palácio Duque de Caxias, no bairro Central do Brasil, da cidade do Rio de Janeiro. Lá era o centro nervoso do Poder Militar da época. Com o tempo e meu trabalho fui entendendo por que ele achava a direita burra. Queria entender mais. Fui estudar política e ciência social. Resumindo, para os iniciantes, aqui vai um simplório retrato da esquerda política.

A Esquerda tem um pensamento estruturado enquanto ciência politica, assimilado e perfeitamente aplicado ao Poder por seus militantes. Fora do Poder se dedicam a estudar e estruturar a ciência política para a hora da chegada. Dentro do Poder assumem sem constrangimentos a ideologia de Karl Marx (1818-1883) adaptada aos tempos modernos pelo italiano Antônio Gramsci (1891-1937) e temperada pela assombrosa obra do americano formado na Universidade de Chicago, Saul Alinsky (1909-1972)

Essa tríade de pensadores representam a espinha dorsal da ideologia de esquerda hoje praticada. Toda essa obra está estruturada com o objetivo principal de destruir os valores da cultura judaico-cristã, a liberdade, o capitalismo e em seguida implantar a ditadura do proletariado. Um foi aprimorando o pensamento do outro na aplicação de regras para ganhar o Poder. A rigor podemos afirmar que nas obras deles estão as raízes do comunismo moderno.  Sendo que o primeiro, Karl Marx (1818-1883) revolucionário e intelectual alemão, fundador da doutrina comunista. Ele ainda atuou como filósofo, economista, historiador, jornalista e teórico político. Pioneiro, com sua vasta obra se contrapunha ao capitalismo justificando a Ditadura do Proletariado chegando ao Poder. Sua obra principal é sobejamente conhecida como O CAPITAL. Mais tarde seus cultores e adeptos encontraram ali a cartilha para implantar as ideias pela força das armas. E assim foi através de seus discípulos mais proeminentes: Lenin, Trotsky e Stalin. Com eles e pela força das armas o marxismo se impôs e formou em 1918 a URSS (União das Republicas Socialistas Soviéticas) sem se incomodarem com o assassinato de cerca de 50 milhões de pessoas (só na União Soviética) para reinaram por 70 anos no Século XX. Depois temos a China e Cuba. Para ficar nos principais. Nesses dois países a força das armas se impôs em revoluções sangrentas e prevalecem até os dias de hoje. Antes com o apoio da URSS, e hoje com minguados de vários países. Inclusive do Brasil. A China, onde Mao Tse Tung (1893 -1976) se impôs, também, numa revolução que durante seu reinado ceifou a vida, por assassinatos, segundo alguns autores, de cerca de 60 milhões de pessoas.

 Na Wikipédia encontramos essa definição para a esquerda e direita:

O termo esquerda e direita na política nasce no contexto de emergência da Revolução Francesa, "delegados identificados com o igualitarismo e reforma social sentavam-se à esquerda do rei; delegados identificados com a aristocracia e o conservadorismo, à direita. [...] ao longo do século XIX na Europa a distinção entre esquerda e direita passa a ser associada com a distinção entre liberalismo e conservadorismo"

O certo é que desde Marx a Esquerda não parou de pensar e disseminar seu pensamento por todos os meios possíveis e imagináveis. Quem leu Gramsci sabe perfeitamente como se dá o processo. A maioria dos brasileiros nem sabe de quem se trata. Mas a eficácia de sua cartilha está por todo canto. Nós, brasileiros, assimilamos, institucionalmente, em banais reportagens da mídia e até em decretos do governo a expressão “sociedade civil”. Isso não existe. Passou a reinar a partir da obra do comunista italiano Gramsci. Ele a usou para designar um grupo de gente componente de uma nação, numa intuitiva denominação para isolar o estamento militar que em sua obra, e por toda a esquerda, só é reconhecida na chamada ditadura do proletariado. Após a primeira guerra mundial passou a ser assim. A esquerda isola o estamento militar da sociedade. Só o reconhece após a tomada do Poder quando passam a designar as Forças Armadas, de forças armadas populares, ou exército popular de libertação, ou mais ainda exército bolivariano, como na Venezuela e na Bolívia. Não sem antes descaracterizarem as Forças Armadas renovando seus membros em toda a hierarquia em busca do afinamento ideológico.

A esquerda não parou no gramcismo. Evoluiu com milhares de autores e passou a ter uma presença significativa nas universidades, na Igreja, na mídia, nos partidos políticos e nos parlamentos. A partir dos anos sessenta do Século XX apareceu o Alinsky. Controverso e demoníaco. Sua obra é significativa e torpe. Nenhum pensador de esquerda aborda a tomada do Poder como ele no seu livro REGRAS PARA RADICAIS. (No Brasil pode ser adquirido na www.amazon.com) Em suas justificativas, elenca uma exorbitância de ações para solapar a sociedade constituída e assim implantar a nova ordem revolucionária. O livro está adotado inclusive pelos radicais islâmicos. Impressiona a destreza com que maneja fatos e argumentos em busca do seu objetivo. Impressiona tanto que dizem estar entre seus admiradores o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a ex-candidata Hilary Clinton que teria feito sua tese de mestrado com a obra do autor. É o guru da esquerda americana e dizem alguns do novo Partido Democrata.

 E se o leitor desejar um mergulho profundo para saber como a esquerda deseja destruir a sociedade capitalista vale muito a leitura do livro JOGANDO PARA GANHAR ( LVA- Editora, 2018) do atual Secretário de Segurança do governo eleito do Estado do Rio de Janeiro, ex-consultor do Banco Mundial e um dos fundadores do Partido Novo, professor Roberto Mota. Como está explicado na contracapa do livro, trata-se de uma obra que “é um conjunto de histórias, ideias e reflexões sobre o Brasil, nossa cultura, política e sociedade, bem como sobre o momento que vivemos. É uma conversa sobre passado e futuro, sobre medo e oportunidades, e sobre as causas dos nossos problemas.”

Em suas páginas pode-se notar um invejável trabalho de pesquisa e um acurado retrato de como a Esquerda vem se enraizando no Brasil nas últimas décadas.

Roberto Motta traz por essa leitura figuras interessantes como Louva Harari, autor de “Sapiens” e de “Homo Deus”. Dois textos especiais são dedicados à guerra política, através de discussão de livros essenciais ao assunto: “A Arte da Guerra Política” e “Take No Prisoners” de David Horowitz, e “Regras Para Radicais”, de Saul Alinsky. Esses capítulos vão interessar a liberais e conservadores por sua análise objetiva – e, seguindo as ideias dos dois autores, politicamente incorreta – da realidade da disputa político-eleitoral. O segundo destaque do livro são os ensaios dedicados à segurança pública, que expõe mitos, falácias e mentiras. Mas a leitura do livro tem muito mais: mostra como estamos perdendo a guerra. E porque.

Veremos mais sobre a Esquerda aqui mesmo no próximo artigo. E num outro, mais adiante, sobre a Direita que o Jornalista do primeiro parágrafo achava burra.

14 de dezembro de 2018

O MILITAR E O JORNALISMO


Impressiona e é um espanto. A velocidade e a forma como o jornalismo (aí leia-se como jornais impresso, revistas e televisão) está se descaracterizando. Agredindo fatos e navegando contra a realidade ele vai morrendo sem explicações aparentes. Muitas vezes vale se perguntar onde querem chegar. Omissões, ideologia, ignorância, má formação, má administração e má fé. Esses, alguns dos ingredientes que estão na panela onde ferve e se desmancha o jornalismo atual. Não é só a internet que o ameaça. Depois da internet seu maior algoz é o próprio jornalista. Salvo destacadas e honrosas exceções.

Nesse burburinho a velha mídia se perde e naufraga. Não é só no Brasil. É no mundo inteiro. Com peculiaridades, diferenças e volumes. Mas no Brasil é especial. Nas últimas eleições um candidato, solitário, sem partido, sem representatividade no Congresso Nacional, sem acesso à velha mídia, sem dinheiro, sem linha direta com os chamados formadores de opinião navegou pela internet captando o sentimento de uma larga parcela do eleitorado. Esse sentimento não foi, se quer, captado pelos institutos de pesquisas. Bolsonaro virou gênio. Engoliu a todos.
Toda a teia do jornalismo de TV, de rádio e jornais, ignora, solenemente, o que a maioria da população pensa. Acusado de racista, nazista, homofóbico, direitista, ditador, violento e despreparado ele foi navegando. A velha mídia dava guarida a essas argumentações e ainda buscava matérias extras para substanciar esses adjetivos. Mesmo assim venceu. Venceu a mídia, venceu a esquerda, venceu o judiciário, venceu os bancos, venceu o Congresso Nacional e o governo, venceu todo o segmento de poder instalado no país nos últimos trinta anos.

E o que é pior: após a vitória a velha mídia continua tratando o candidato eleito com um solene descrédito.  

Bolsonaro forma um gabinete de incontestável probidade e formação profissional. Nem assim é reconhecido por eles. Bolsonaro arma um governo perfeitamente de acordo com o pensamento daqueles que lhe votaram. Os jornalistas da velha mídia, em sua maioria esmagadora só enxergam militares. Claro que há exceções. Muito poucas. Mas essas exceções trabalham com mais independência em seus próprios blogs do que nas páginas e vídeos da velha mídia. Logo após a eleição a velha mídia tratava o Bolsonaro com deboche. Agora o trata com ironia e desdém.

Chega a ser cansativo. Como se militar fosse um bicho que deveria viver enjaulado e fora do nosso contexto politico e social. A velha mídia não sabe que o militar é um profissional admirado pelo brasileiro. Respeitado e querido. E de formação exemplar. Eles insistem em apontar o numero de militares no governo como se fosse uma ameaça. Tentam acuar, aqui e ali, os interlocutores, com perguntas estapafúrdias e analises estupidas.

Os leitores não sabem: quem não gosta de militar é a imensa corrente de jornalistas engajados na ideologia de esquerda. E não gosta porque o militar, ao longo dos últimos cem anos, foi sempre a barreira, a última barreira que se interpõe toda vez que a esquerda totalitária quer dominar o país. Normalmente o Congresso Nacional se rende, o judiciário se rende, as elites se aconchegam e se locupletam. Aí o povo, e alguns outros, poucos, vão bater na porta dos quarteis. E o militar é sempre quem salva a pátria e a liberdade. Os jornalistas não sabem. Não conhecem a história, em sua maioria. Mas a nação sabe. O Jornalista não sabe nem que a continência é também um ato de respeito e de admiração. Pensam que é apenas um ato de submissão.

Assisti na Globo News, na semana de 19 a 24 de novembro de 2018, inúmeras vezes, repórteres e comentaristas se referirem a “um assessor de segurança nacional “do governo dos Estados Unidos, que visitaria o presidente eleito no dia 25 de novembro. Por omissão, inexperiência, por ignorância ou má fé, desconhecem que o Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos é quem visitava o Presidente eleito do Brasil. E que ele é um dos quatro mais importantes executivos do governo americano, antecedido pelo próprio Presidente, pelo Secretário de Estado e pelo Secretário De Defesa. Não creio que seja ignorância. Nem preguiça de realizar pesquisa. Acho que é descrédito mesmo.

Essa mesma mídia, a velha mídia, é aquela que permanece com olhos e ouvidos fechados a muita coisa que aconteceu no Brasil desde a era FHC. Por interesses diversos, e cumplicidade, o leitor ficará por muito tempo sem saber. Vem tomando conhecimento, aos poucos, pela internet. A velha mídia morrerá antes que possa contar a verdadeira história do Brasil dos últimos trinta anos.

25 de novembro de 2018

UMA NOVA ECONOMIA URGENTE


               

 O Brasil tem a economia mais fechada e mais subsidiada do mundo. Além de mergulhado num debate ideológico velho e superado, vive, também, nos tempos modernos, voltado para o passado. Consequência de políticos velhos, superados, mofados. Foi ótimo o resultado das últimas eleições. Mandou para casa uma velharia inútil. Vai renovar o ideário e comungar com as necessidades do Brasil de hoje. O Brasil de ontem tem raízes muito profundas. E podres. As razões que nos asfixiam, econômica e politicamente são solenemente ignoradas pelo Executivo federal e pelo Congresso Nacional. Aumentam os gastos a roldo. Em final de mandatos, executivo e legislativo agem, aparentemente, sem controle. No Congresso as evidencias são as “pautas bombas “. Aumentos de salários sem previsão orçamentária é a parte mais evidente. No Executivo a evidencia maior foi a autorização de incentivos para a indústria do automóvel.

Nosso setor industrial é velho, ultrapassado. Só opera com amparos dos governos através de subsídios, renuncias fiscais e outros favores. Nossos políticos e a maioria dois empresários atuais só enxergam o Brasil do passado. Em 26 de junho do ano de 2018 publiquei aqui artigo em que demonstrava como esses políticos governam de costas para a nação. E assim continuam: https://aleluiaecia.blogspot.com/2018/06/tempos-modernos.html
 Enquanto o Legislativo ignora a realidade fiscal do país que vai se refletir na vida de cada contribuinte, o Executivo insiste em premiar uma indústria que é sua sócia desde os anos JK. Em lugar nenhum do mundo a indústria automobilística goza dos privilégios usufruídos no Brasil. Em lugar nenhum do mundo um carro tem os preços do Brasil. Em lugar nenhum do mundo o governo morde sua parte no preço do automóvel como aqui entre nós. Um ajuda o outro. O mesmo carro aqui produzido e com muito mais tecnologia é exportado e vendido lá fora mais barato. A preços competitivos com os carros vendidos nos Estados Unidos. Se você quiser reimportar este carro vai pagar mais imposto que o valor recolhido pelo governo quando você compra o carro aqui. Quase a metade. E assim um ajuda o outro. Por essa razão membros de dois governos anteriores ao atual são alvos do judiciário sob desconfiança de recebimento de propina pelo Executivo em troca de benesses fiscais para a indústria do automóvel. O governo está de costas para a nação.

A velha mídia trata o assunto sem a relevância que merece. O setor automobilístico é dono da maior verba privada de publicidade do país. Por essa razão ignoram o assunto. Premiar o setor com renuncia fiscal é um deboche. Desenvolvimento de tecnologia para aumento de segurança, economia de combustível e outros quejandos jamais serão desenvolvidos em território nacional. Tudo vem pronto. É global. Mas nosso governo não sabe. Seria o mesmo que premiar o Google por pesquisar um e-mail moderno aqui no Brasil. É a velha política do compadrio.


Essa indústria aqui se implantou a partir do governo JK, nos anos 50, em troca de benefícios vários para gerar empregos. Assim todos os governos foram concedendo incentivos diversos a fim de manter o desenvolvimento do ABC paulista. Aquela indústria não existe mais. Muitos estados brasileiros abrigam montadoras de carros. E ela já não emprega como antes. Como o nome já diz, são montadoras. O robô toma o lugar do homem numa velocidade assustadora. E toda a tecnologia vem das matrizes.

Na realidade o incentivo fiscal concedido pelo governo vai beneficiar mesmo é o consumidor de outros países, indiretamente. Aqueles para onde são exportados os carros montados aqui. Para nós o carro vai continuar com preço absurdo. Seu valor será dividido entre a montadora e o governo. Quase meio a meio. A montadora nos entrega um bem que desvaloriza rápido. O governo nem estrada boa nos dá em troca da mordida no nosso bolso. Quanto será que vale, no total, uma medida provisória beneficiando a indústria automobilística no valor de dois bilhões de reais por ano? Isso tem um preço. No final a soma dos ganhos será toda dela. E ainda terá direito à remessa de royalties pelo valor da tecnologia importada. E já deverá estar embutida no preço de venda do carro. Essa relação da nossa indústria de carros com nosso governo é como este artigo: difícil de entender. Afinal é uma relação muito antiga, da época do meado do Século passado. Naquele tempo ninguém sabia onde começava os interesses de um e onde começava os interesses do outro. Setenta anos depois continuam juntos, da mesma forma.
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26 de junho de 2018

NOTICIAS DE UM DIA NO BRASIL


Separei algumas poucas notícias de um dia da semana de 04 a 10 de junho de 2018. Não são as melhores, nem as piores notícias de um dia. Apenas notícias normais de um dia de notícias sobre o Brasil. Embora seja um otimista inveterado a realidade sempre tenta me vencer. Mesmo quando leio que presos, acusados de crimes graves, alguns deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro continuam em gozo de todos os seus privilégios, menos a liberdade de ir e vir. Inclusive com visitas de familiares, à noite, em presídios de segurança máxima.

Depois vi na TV o salário de um engraxate da Câmara de Vereadores de São Paulo: dez mil reais por mês. Aposentadoria com salário integral. Culpa sua que não escolheu ser engraxate da Câmara de Vereadores de São Paulo. A seguir veio a leitura do Edital, publicado pelo Superior Tribunal Eleitoral (STE) com abertura de concurso para a contratação de fisioterapeutas para o quadro de funcionários do Tribunal: salários de 14 mil reais/mês. Junto a justificativa do Tribunal: todos os outros tribunais de Brasília possuem fisioterapeutas nos seus quadros. Falta o TSE.


Havia mais informações sobre tribunais:

- O Supremo Tribunal Federal (STF) contratou uma área especial de embarque para os integrantes da Corte no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília. De acordo com o Tribunal, o aluguel da nova área, diferente da sala que a Corte tinha anteriormente no terminal de passageiros, ocorreu para garantir a proteção dos seus ministros. O espaço tem um custo anual de 374,6 mil reais/ano e funciona desde julho do ano passado. Mais 31 mil reais e uns quebradinhos por mês. O Estado paga.


Encontrei mais:
-O Superior Tribunal de Justiça (STJ) renovou sua frota de automóveis para transporte de seus ministros e autoridades. Custo: mais de três milhões de reais. Acrescente aí manutenção, motoristas e combustíveis. O Estado paga.


Outra notícia me atraiu. As elétricas do norte do país, juntas, possuem déficit de 200 milhões/mês. Em seguida uma outra dando conta que as distribuidoras de energia elétrica do país, juntas, possuem déficit que supera os 10 bilhões de reais/ano. O Estado paga.


Continuei a leitura. Me dei conta que a Petrobrás com seus 80 mil empregados produz a mesma quantidade de barris de óleo que a maior petroleira do mundo, a americana Exxon Mobil, e tem quatro vezes mais empregados que outra gigante do setor que produz apenas trinta por cento menos: a Statoil, da Noruega. E segundo a Blumberg News até junho do ano de 2015 a nossa gigante do óleo empregava mais 128 mil empreiteiros.


Em mais um pouco de leitura obtive a informação de que a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região-TRF5 com sede em Recife-PE havia suspendido a venda da TAG- Transportadora Associada de Gás, uma subsidiária da Petrobras que teve lucro líquido em 2016 de 7 bilhões de reais e seria vendida por 8 bilhões de dólares para uma empresa francesa, a ENGIE que alugaria os mesmos dutos para BR e esta com a obrigação de pagar a ENGIE o valor referente à máxima utilização dos dutos, mesmo quando não utilizasse toda a capacidade deles. Parece um bom negócio. Se as ações dessa TAG fossem vendidas em bolsa muito brasileiros, provavelmente, se interessariam pelo negócio. Ou não? Resta uma conclusão otimista: esteja dentro do Estado de alguma forma. Do contrário.....


Essas não foram todas as notícias do dia. Selecionei apenas algumas. E ao que me consta nenhuma delas foi fake news. Pelo menos até agora. E todas tem algo em comum: privilégios.

Dizem que o pessimista no seu íntimo deseja que tudo saia errado. Toda a conta dessas notícias acima vai inteirinha para o governo. E a conta do governo quem paga? Você, contribuinte. Sejamos otimistas pois não.

TEMPOS MODERNOS

Impressionante. As pessoas não se dão conta. Mas a verdade é única: quanto mais o mundo se moderniza, quanto mais vivemos conectados, quanto mais aumentam os canais de auscultamento da sociedade mais nosso governo (federal, estaduais e municipais) mergulha na inércia. Ficam surdos. Em plena era da informação instantânea o governo age e se comporta desconhecendo a realidade do país que governa: a situação dos seus súditos. O governo demora para agir. Passa a impressão de descoordenação e paralisia. Tenta passar firmeza e autoridade. Só consegue tibieza e estultice. Lida com uma greve nevrálgica como se estivesse negociando cargos entre políticos.
O atual presidente da Petrobrás, Pedro Parente, estava numa falação na mídia sem precedentes. Vinha dando entrevistas como nunca se viu. Contou vantagens. O mercado deve ter gostado. Sua justificativa para os reajustes era o preço internacional do petróleo. De lá para cá esse preço já caiu uns três dólares O governo ri. É só prestar atenção. É patética a figura do Ministro de Relações DO GOVERNO Deputado Carlos Marun. Parece até que ele fala a uma outra nação. Os problemas se avolumam.
É certo que governos, autoridades e pessoas ocupadas não dispõem de tempo para acompanhar redes sociais. Mas eles são bem assessorados. Dispõem de verbas, autoridade, e facilidades, diversas, para estarem inteirados e atualizados sobre o que pensa a sociedade. Sobre as dificuldades do povo e o que mais convém para a harmonia social. Não é o que está a acontecer no Brasil de hoje.
Estamos metidos numa greve onde falta sensatez. E falta mais: sensibilidade e agilidade. Temos governos formados por políticos. Como explicar que lhes faltem noções, conhecimento da realidade de quem os elegeu? Como explicar que o governo aceitou uma política na área de combustíveis onde os reajustes são quase que diários. Um país que anda sobre rodas, que ficou cego para a navegação numa costa continental. Um país que impunemente abandonou sua malha ferroviária. Um país onde as alternativas não passam de obras paradas que irão custar o dobro..
Com sua contabilidade criativa o Parente impôs a cruel dolarização do preço dos combustíveis. E assim seguimos com a gasolina mais cara, o gás de cozinha mais caro e o diesel mais caro do mundo. O Parente se recolheu. Ficou mudo. Quer salvar seu emprego

27 de março de 2018

A RÚSSIA DE PUTIN

A Rússia tem mais veneno que democracia. Os russos sempre foram um povo bélico. A história da Rússia, especialmente no último milênio, demonstra a necessidade de regimes fortes, de comando único e apoiado pela força das armas. Com esta receita os Romanov reinaram 300 anos. Catarina, a grande, flertou com o ILUMINISMO e chegou a acolher o filosofo francês Voltaire, com vagas intenções de introduzir as ideias humanistas em seu reino. Logo abandonou seu intuito convencida que aqueles ideais a destruiriam. A Rússia nunca abandonou seus ímpetos de expansionismo. Seja no passado ou agora, no presente. Sob regime dos bárbaros, dos Czares ou do comunismo. Basta ler sobre as inúmeras guerras por defesa de território ou por desejo de expansão, como na Síria atual. E as cortes russas sempre mataram muito. Especialmente por envenenamento. Busquem Rasputin. É uma tradição, assim como a vodca
    1. Agora, em pleno século XXI o povo russo coroa mais um CZAR. O Putin. Nada garante que sem ele o território russo estaria unificado. Nem tão pouco manteria unida sua diversificada e complexa etnia. Nós, latinos, temos o bolivarianismo sob vários figurinos e cores em cada país. Na federação russa reina uma democracia peculiar e única adaptada sob medida para cada unidade. Lembrando que o capitalismo também sofreu uma adaptação peculiar para reinar sob esse guarda chuva putiniano. Como a corte dos czares, a Rússia de hoje elege aqueles que serão os grandes empresários de sua economia. E aquele que sai fora do script, morre em circunstâncias misteriosas.
  • O suposto envenenamento na cidade inglesa de Salisbury do ex-espião russo Sergei Skripal, 66, e sua filha de 33 anos Yula Skripal, seguem hospitalizados em estado grave. Este envenenamento lembra os muitos outros com vários exilados russos mortos na Inglaterra nos últimos anos. Do ex- espião Alexander Litvinenko, aos oligarcas Boris Berezovski e Alexander Perepilitchny encabeçam a lista de mais de uma dezena de mortes suspeitas de russo exilados no Reino Unido. O primeiro deles foi há 30 anos. No aeroporto de Heathrow, em Londres, o espião búlgaro Gueorgui Markov recebeu uma picada mortal disparada de um guarda chuva com uma agulha envenenada preparada pelo então KGB, a polícia política soviética. Putin está no Poder há vinte anos. No exterior, inimigos seus costumam perecerem ora enforcados, ora envenenados e todos em circunstâncias suspeitas. Mesmo em território russo seus rastros foram detectados no envenenamento do primeiro ministro da Ucrânia Victor Yushchenko, ainda vivo após 24 cirurgias. O atual Ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johson diz sem papas na língua:
    - A cadeia de comando desses crimes vai até o Estado Russo.


Impressiona em todos os casos a postura tolerante dos diversos governos ingleses. Os russos vêm agindo em seu território, dizimando inimigos, faz muito tempo. Só agora, nesse último caso, a ministra Teresa May agiu com firmeza expulsando, imediatamente, cerca de 23 diplomatas. Pego com as calças nas mãos o governo russo pediu amostras do veneno encontrado nos corpos para comparar com seus arsenais. Uma saída meramente protocolar para mostrar interesse longínquo na elucidação. Puro faz de conta.

Esses episódios em território inglês servem também de alerta para o mundo. Em 20 anos de poder Putin moldou o império russo à sua imagem e semelhança. Sua audácia impressiona. Seja eliminando inimigos em território estrangeiros ou em territórios russo e modelando as urnas de acordo com seu interesse ele se prepara para o bote no mundo. Merece a leitura, com atenção, o livro AS ENTREVISTAS DE PUTIN, lançado no Brasil ano passado pela Editora Best Seller, em todas as livrarias. A edição é o resultado de uma série de entrevistas realizadas pelo cineasta Oliver Stone e que deram origem a um documentário com o mesmo nome.

Fica claro na leitura do livro o papel de franco colaborador do cineasta. Em alguns trechos o próprio Putin o repreende e o chama de antiamericano. É tal o empenho na bajulação que em determinados trechos, mas parece um agente oficial russo entrevistando o chefe. Mesmo assim, quem tiver a paciência de romper suas 333 páginas vai se deparar com um farto material para análise das ambições e desejos do agente secreto que virou Czar da Rússia. Fica claro também que a edição das entrevistas passou pelo crivo do corpo diplomático russo e outras esferas da administração tal o cuidado nas colocações e raciocínios emitidos sobre assuntos delicados. Na mesma intensidade que Stone o bajula o livro revela o aparato do Estado Russo perfeitamente afinado com a era putiniana.

É verdade que não reina nenhum sinal de qualquer ranço comunista no perfil do líder russo. No entanto sobram evidencias de ambições politicas assim como borbulham arrogância e desprezo no julgamento do ocidente sobre seus atos. A desenvoltura com que atuam agentes secretos a serviço do Kremlin nas ruas de Londres indicam laços secretos e fortes com o Serviço Secreto Inglês. No livro ficou faltando ao cineasta Stone a veia de jornalista. O leitor ficaria muito mais satisfeito em ter um esclarecimento mais profundo e detalhado da fuga do funcionário do Pentágono, Edward Snowdem para Moscou, assunto sobre o qual as explicações de Putin, no livro, não convencem. A conclusão ao final da leitura é cristalina: Putin possui fortes aliados em sua cruzada para dominar o mundo. Oliver Stone é um dos seus generais.

1 de março de 2018

RIO DE JANEIRO E DE GUERRA


Comprar celular roubado, negociar o preço livremente na Avenida Brasil, umas das principais artérias viárias da cidade, em seus engarrafamentos, é um ato normal. Não há repressão. Se isso escandaliza tem mais: as feiras de produtos roubados proliferam. Parece uma cidade sem Lei. A feira de Acari, no bairro do mesmo nome, zona norte da Cidade, famosa por revender peças automobilísticas de carros roubados vai de vento em popa. Assaltos a caminhões de cargas, também na avenida Brasil, são diários e múltiplos. Há uma predileção dos bandidos pelas cargas de carnes. São aquelas em que o produto do roubo é vendido rapidamente.  Pontos de venda funcionam, " organizados ". Dos maiores, um está no bairro de Guadalupe também na Zona Norte, margeando a própria avenida Brasil, atrás do antigo depósito das organizações Sendas. O outro está num dos pontos mais movimentados do Centro da Cidade: atrás da Central do Brasil, onde próximo funciona a sede da Polícia. Isso sem contar os receptadores que devem existir aos milhares.


                 Arrastões são diários e em diversos lugares. Na avenida Marechal Rondon outra artéria urbana importante que liga a Zona Norte ao Centro tem períodos que são diários. E muita pouca gente vai se queixar na Polícia. Parece que o carioca já se acostumou com essa aberração. É a naturalização da violência. No outro lado da moeda está a propagação da violência manifestada em balas perdidas ou certeiras que ferem, mais das vezes de morte, crianças e adultos e uma dezena de policiais por mês. Com salários irrisórios se comparados às suas tarefas, a polícia sucumbe indefesa diante do arsenal de guerra dos bandidos. Suas armas estão superadas, são falhas e sem manutenção. Policiais já morreram em confronto por falhas do armamento. E se não basta, resta o cipoal legislativo, incompreensível, inadmissível e que faz a Justiça ser diligente e parecer leniente com a bandidagem. Nas televisões proliferam opiniões de toda sorte de “especialistas” com suas análises elaboradas para colocar bandidos como vítimas sociais. Horda de advogados se assanham inconformados pela possibilidade de perderem a imensa clientela no meio da bandidagem. E os políticos. São inúmeros os que se elegem com o apoio de vagabundos, assaltantes e facínoras. E contam com os votos de suas famílias também. Leia artigo sobre natalidade no Brasil:

https://aleluiaecia.blogspot.com.br/2014/07/natalidade-no-brasil-ii.html

                Como diz a jornaleira da minha rua: 

- No Rio de Janeiro as comunidades (um eufemismo imposto pelos bandidos para definir as favelas) em sua maioria vive de arrumação. 

                Por arrumação se entende toda a sorte de pequenos e grandes delitos. Vai de assaltos, arrastões, revenda de material roubado, furtos e outras transgressões. Esse bloco age sem repressão. Além de ser difícil o seu combate, propaga a violência. Nos morros e favelas impera a lei da guerra. Nas redes sociais proliferam vídeos de atos de quadrilhas com ferocidade comparável ao Estado Islâmico. Menores de idade, protegidos pela legislação, exibem todo tipo de arma. Reina a exaltação da brutalidade. A mídia clama por mais eficiência da polícia. Esta exerce suas funções com salários atrasados, armamentos superados e frota sucateada. É comum turistas desistirem de queixas diante da falta de equipamentos para registros nas Delegacias. A violência e o inusitado toma conta da vida dos cariocas. Um aplicativo para indicar a existência de tiroteios faz um enorme sucesso. ONDE TEM TIROTEIO.OIT- RJ. Registra um tiroteio a cada duas horas.


                A população do Estado do Rio de Janeiro precisa se conscientizar que não é apenas vítima da violência. É parte dela. Ativa e passiva. No metrô da cidade está cheio de avisos solicitando aos passageiros que não comprem mercadorias de ambulantes. Alerta que uma das razões é que o produto pode ter sido roubado. Quem compra mercadoria roubada está participando do crime. Este é o retrato, pequeno, da realidade que o Exército vai enfrentar.

21 de fevereiro de 2018

RIO DE JANEIRO : O ROUBO É NORMAL


A Cidade Maravilhosa e multicultural deu lugar a uma cidade com medo e permeada por violência e sangue. Não se respeita mais nada. Uma completa inversão de valores toma conta de suas ruas. Feiras de produtos roubados  surgem em vários bairros. E os compradores não se imaginam criminosos. 

Assaltos, arrastões, quadrilhas bem armadas; balas perdidas e balas certeiras assassinam policiais e inocentes. Invasões de morros e favelas por quadrilhas rivais com tiroteios sem hora e lugar para acontecer tornaram-se banais. Policia despreparada e com salários irrisórios, armamentos insuficientes. A cada duas horas uma pessoa é ferida por bala na cidade. O  ano de 2018 está começando e já temos mais de uma dezena de policiais assassinados. Ano passado, 2017 foram 137 os policiais mortos, dizem as estatísticas.



A cidade do Rio de Janeiro foi a capital política e cultural do Brasil. A crônica de seu cotidiano envolvia sol, samba, sorrisos, poesia e beleza. Tudo aqui tinha uma repercussão intensa pelo resto do país. E não faltavam criações e fatos que orgulhavam os cariocas. Sua gente, afável e acolhedora, andava pelas ruas esbanjando alegria. Suas esquinas e praias realçavam as características de um lugar que todo brasileiro sonhava conhecer e viver. Isso se foi. Hoje o Rio exporta um estilo de vida de violência e desordem. Seus moradores perderam a noção de crime.


Num sábado, voltando para a cidade, pela Avenida Brasil, na altura do bairro da Penha, inadvertidamente entrei na pista da direita. Já havia sido aconselhado  para não cometer esse erro. Sei que engarrafamentos em determinados locais da cidade a chance de assalto por arrastão é múltipla. Como era sábado fui vencendo a retenção de tráfego, lento, não engarrafado. No bairro de Bonsucesso, dei de cara com inúmeros jovens que aparentavam idades de 16 a 22 anos de idade. No meio da pista, ofereciam aos motoristas celulares. Havia de todas as marcas, de todos os preços e modelos. Fiquei estupefato. Em plena luz do dia. No posto de gasolina onde parei a informação veio certeira: eram ambulantes de celulares roubados. E o pior: os motoristas paravam, se informavam do preço e negociavam.

Fiquei imaginando aquela cena vista por um policial. Fiquei imaginando aqueles carros, muitos com crianças dentro, e seus motoristas. Será que não seriam eles os assaltados e que agora negociavam ali a compra do seu próprio celular roubado? 

Fiquei imaginando que sociedade é essa cujos membros negociam preços de produtos roubados como se estivessem num comércio regular? Fiquei imaginando se a principal razão da cidade encontrar-se mergulhada numa violência sem limites não seria aquele tipo de morador ali parado negociando preço de celular roubado. Agora querem que o Exército resolva.