17 de julho de 2012

A ORIGEM DO @

senhores leitores:

esse texto não é meu. Encontrei-o na internet. Mas achei pertinente e resolvi publicar aqui no blog. Desconheço o autor.



A ORIGEM DO @

Durante a Idade Média os livros eram escritos pelos copistas, à mão.

Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram valiosíssimos.

Assim, surgiu o til (~), para substituir o m ou n que nasalizava a vogal anterior. Se reparar bem, você verá que o til é um enezinho sobre a letra.

O nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco ! o que explica, em espanhol, o apelido Paco.

Ao citarem os santos, os copistas os identificavam por algum detalhe significativo de suas vidas. O nome de São José, por exemplo, aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP, e depois simplesmente PP. A pronúncia dessas letras em sequência explica por que José, em Espanhol, tem o apelido de Pepe.

Já para substituir a palavra latina et (e), eles criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente conhecido como e comercial, em Português, e, ampersand, em Inglês, junção de and (e, em Inglês), per se (por si, em Latim) e and. 

E foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de casa de.

Foram-se os copistas, veio à imprensa - mas os símbolos @ e & continuaram firmes nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o registro contábil 10@£3

significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma. Nessa época, o símbolo @ significava, em Inglês, at (a ou em).

No século XIX, na Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contábeis dos ingleses. E, como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso. Para isso contribuíram duas coincidências:

1 - a unidade de peso comum para os espanhóis na época era a arroba, cujo inicial lembra a forma do símbolo; 

2 - os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Por isso, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de 10@£3 assim: dez arrobas custando 3 libras cada uma. Então, o símbolo @ passou a ser usado por eles para designar a arroba.

O termo arroba vem da palavra árabe ar-ruba, que significa a quarta parte: uma arroba ( 15 kg , em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo português quintal, medida de peso que equivale a 58,75 kg .

As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua forma definitiva há dois séculos, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados) trouxeram em seu teclado o símbolo @, mantido no de seu sucessor - o computador. 

Então, em 1972, ao criar o programa de correio eletrônico (o e-mail) o americano RoyTomlinson usou o símbolo @ (at) disponível no teclado dessa máquina, entre o nome do usuário e o nome do provedor. E foi assim queFulano@Provedor X ficou significando Fulano no provedor X.

Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa parecida com sua forma: em Italiano, chiocciola (caracol); em Sueco, snabel (tromba de elefante); em Holandês, apestaart (rabo de macaco). Em alguns, tem o nome de certo doce de forma circular: shtrudel, em iídisch;
strudel, em alemão; pretzel, em vários outros idiomas europeus. No nosso, manteve sua denominação original: arroba.

3 de julho de 2012

A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO PELA INTERNET

amigos leitores do blogspot.aleluiaecia.com
estou reunindo em livro impresso os artigos aqui publicados.
segue o texto de abertura do livro:


A ideia do livro nasceu das observações do autor sobre os efeitos causados à mídia tradicional – jornais, revistas, rádios e TVs – por conta da arrasadora investida da Internet. Na mídia impressa, pelo mundo a fora, e aqui entre nós, a internet já destruiu muitos veículos de comunicação, além de abalar as estruturas de alguns dos mais prestigiados jornais do mundo, como o New York Times, por exemplo.

Nocauteado, este gigante da mídia impressa agoniza sem descobrir o rumo do futuro. Sua cúpula está a cada dia mais convencida do problema e busca um caminho para a sobrevivência sem o papel. Outros gigantes da área impressa, como o Wall Street Journal, dos EUA, e o Time, na Inglaterra, vivem o mesmo dilema. Enquanto isso, em várias partes do mundo, milhares de jornais e inúmeras revistas agonizam, muitos outros já morreram, e um sem-número migrou totalmente para a internet. Revistas de prestígio internacional deixaram de circular de repente e uma delas foi vendida por apenas um dólar, nos Estados Unidos, e chegou a ter mais de dois milhões de assinaturas. Muitas fecharam, simplesmente, e diversas outras estão na UTI com seus números de tiragens cada vez menores. No setor de rádio, o estrago também foi grande. Ele modernizou-se e atualizou-se para sobreviver atuando numa esfera segmentada de ouvintes. Mas não vive sem a internet.

E, por último, a televisão - rainha da mídia, absoluta em audiência por quase um século - está no canto do ringue, perdida e sangrando com índices cada vez menores. A TV tenta se reinventar de todas as formas. Por enquanto, sobrevive; aqui entre os latino-americanos está muito bem em termos de faturamento. Sua lucratividade permanece inalterada e seu faturamento ainda é extremamente compensador, isso graças ao modelo do negócio, principalmente no Brasil, onde seu escopo de sobrevivência está emoldurado na corrente de cumplicidade entre o veículo e o modo de distribuição da propaganda: leiam-se agências de publicidade. O cliente, o contratante, aquele que paga pelos anúncios, também está perdido diante da diversidade de opções midiáticas para chegar à clientela. Mas o faturamento da TV segue incólume, embora já tenha sido bem maior, proporcionalmente. A TV ainda sobrevive bem entre nós por causa do modelo de negócio e das deficiências da banda larga. A nossa banda larga é uma das mais caras e piores do mundo, de acordo com o ranking de uma entidade internacional de telecomunicações. Isso sem contar com o baixo poder aquisitivo da população para comprar equipamentos cada vez mais modernos de computação e navegação. Este tema é cuidadosamente analisado em vários capítulos do livro.

Nos Estados Unidos, país onde nasceu a Internet e onde estes sintomas afloraram primeiro, a TV já está sendo reinventada. Dois milhões e meio de assinantes de um determinado canal por cabo nos estados de Nova York e de New Jersey, já assistem, em suas casas, na TVs por assinatura, a comerciais produzidos única e exclusivamente para eles, individualmente. É apenas o começo de um novo mundo. Tudo que o setor de mídia levou trezentos anos para fazer, a indústria de internet destruiu em apenas uma década. Sem falar na indústria do livro, a mais antiga delas. O livro eletrônico vem matando, devagar, a tradicional indústria editorial com falências, concordatas e fechamento de editoras gigantescas nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo em que barateia o exemplar, as editoras eletrônicas simplificam a vida daqueles que gostam de leitura e proporcionam a um número cada vez maior de leitores a oportunidade e a facilidade de acesso a todo o tipo de leitura sem a necessidade de sair de casa. Todas as bibliotecas importantes do mundo estão na rede e de graça.

Deixando a área da mídia de lado, não existe nenhum setor da vida humana que a revolução da TI, como é chamada a Tecnologia da Informação, não tenha sido afetada, ou se transformado ou que não esteja em transformação. Este avanço é exponencial, a cada dois anos e cada vez mais rápido, graças a duas áreas do conhecimento humano que muito pouca gente conhece: o algoritmo e a singularidade. O primeiro é o nome que se dá a uma infinita combinação de números que possibilita a linguagem eletrônica dos computadores. A segunda, é a ciência que estuda o algoritmo. Juntos formam a linguagem do computador permitindo seu uso, através de softwares, os mais diversos, em todas as áreas do conhecimento humano através da IA, a Inteligência Artificial. Desde o robô que trabalha na fábrica até aquele que opera nas salas de cirurgias dos hospitais; do avião que voa sozinho ao carro que anda sem motorista; do celular que traduz sua fala para qualquer língua e até a geladeira que fala para você, no trabalho ou no supermercado, via celular, os produtos que nela estão faltando. É a maior revolução que o homem já viu em toda a sua história. E estamos apenas no começo.

Os pioneiros dessa indústria formam uma elite empresarial, tais como Bill Gates, Larry Page, Ray Kurzweil e muitos outros que com seu farto dinheiro acabam de criar no Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, a Universidade da Singularidade. Não há cursos reconhecidos oficialmente, nem estudantes tradicionais. A formação padrão desta universidade é um curso de dez semanas que custa 25 mil dólares, quase 50 mil reais e que é a versão do Vale do Silício para o MBA. No ano passado, em 2011, houve 2.400 candidatos disputando as 80 vagas do curso. Além desse, existem minicursos executivos cujos custos podem variar entre cinco a dez mil dólares. Nestes, o aluno encontrará na sala de aula desde Craig Venter, o pioneiro do sequenciamento do genoma humano e criador da primeira forma de vida sintética, até Edward Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na lua. Já Peter Diamandis, em declaração ao jornal britânico, The Observer, lembrou que a tarefa da Universidade da Singularidade é “escolher os grandes desafios da humanidade, como a escassez de água potável, por exemplo, e encontrar soluções baratas e exequíveis”.

Como nenhum setor da vida humana pode progredir hoje sem prescindir da área de TI, o futuro da humanidade é gestado naquela universidade sob as mais diferentes formas. Ray Kurzweil, parceiro maior do Bill Gates, sonha com a rede mundial de mentes, quando todas as cabeças estarão plugadas ao computador e num simples click você se tornará especialista em qualquer assunto. Ele espera que nos próximos anos, nada menos que três bilhões de mentes estarão online, plugadas no computador. Outro gênio trabalha por lá num avião não tripulado, que mais parece um beija-flor, para operações de guerra das forças armadas americanas; outro já desenvolveu e colocou em operação óculos especiais, para que nenhum trabalhador necessite consultar computadores dentro de um armazém para localizar um determinado produto. A informação aparece na lente, à frente dos olhos dele. Por uma conexão Wi-Fi, a lente mostra ao usuário como chegar a cada um dos itens armazenados numa determinada área. E a Google Incorporation já apresentou um protótipo futurista de óculos que transformam a lente numa tela de computador. Segundo o Wall Street Journal, cientistas da computação imaginam cada vez mais um mundo no qual o indivíduo vai usar uma espécie de óculos com câmera embutida e aplicativos capazes de reconhecer objetos e fisionomias - com uma tecnologia chamada Computer vision - e obter informações sobre esses objetos na internet e em outras fontes. A todo esse processo se dá o nome de Inteligência Artificial - IA, e que tornou-se possível através da Singularidade.

Todos estes temas serâo esmiuçados numa linguagem simples em forma de artigos. O autor começou a escrever sobre estes assuntos no ano de 2009 quando criou um blog ( www.aleluiaecia.blogspot.com ) e passou a estudá-los para ensinar este novo mundo para os iniciados. Os acessos a seu blog vêm do mundo todo. O próprio autor era um desconhecedor desse novo mundo. Em suas pesquisas, percebeu que poderia contribuir, numa linguagem acessível, para que muitos interessados pudessem se aproximar desta epopeia e entender esta revolução moderna e permanente. Alguns assuntos aqui abordados já foram superados. Outros estão em plena transformação, mas o roteiro dessa aventura humana não mudou, portanto, a leitura é válida sob este olhar, principalmente. E continuará válida como uma forma fácil e inteligível para qualquer leitor que deseje conhecer como se processa a maior transformação da sociedade humana.