15 de dezembro de 2013

INFORMAÇÃO, ESPIONAGEM E BISBILHOTICES (I) NAVEGANDO NESSE UNIVERSO

A espionagem está na ordem do dia. Vamos navegar por ela ao longo da história até nossos dias. Ela está na pauta primeiro pelo vazamento sucessivo de informações tidas como confidenciais de órgãos de inteligência e espionagem do governo americano. E segundo porque a Internet vem mudando radicalmente a forma como o mundo se espiona desde que o mundo é mundo. Os primeiros espiões conhecidos datam de antes de cristo nos exércitos do Rei David, Salomão, Nabucodonosor e mais uma dezena de reis que habitaram o oriente médio, cerca de dois mil anos antes de Cristo portanto.

Naquela época se brigava e matava muito A maioria das guerras visava a conquista de terras. Havia um troféu cobiçado por todos: JERUSALEM. Foram muitas as conquistas e perdas da cidade de Jerusalém naqueles dois mil anos antes de Cristo e nesses quase dois mil depois dele. E todos os invasores se valiam de seus sistemas de informações. Isso está descrito em detalhes no magnífico livro JERUSALÉM, a Biografia ( Simon Sebag Montefiore- Editora Companhia das letras- 798 páginas, 2013).

Em querendo se aprofundar vá à página 117 e saiba em detalhes como se dá a assunção da dinastia dos Herodes ( 40 a.C.- 10 d. C.) dando inicio ao longuíssimo ciclo de reinado do Império Romano. Mais tarde, nos anos 70 da era cristã, Tito, filho do Imperador Vespasiano, com seu numeroso exército ficou meses à espreita, sofrendo duras perdas até tomar e destruir a cidade de Jerusalém. Não por acaso seu triunfo só foi possível quando ele recuou e se organizou na base das informações. O esquema de informações e espionagem é quem garantia as vitórias dos exércitos. Como hoje ainda. Como sempre.

Mais era uma rede de informantes, aleatórios, que viviam a soldos dos salteadores que os usavam como espiões para atacar as cidades. As duas mais antigas rede de informações organizadas e institucionalizadas datam dos séculos XVII e XVIII . Na França, no reinado de Luis VIX, no século XVII, aquele que dizia O ESTADO SOU EU, e na Rússia de Catarina, a Grande, no Século XVIII. Entre um e outro surgiu e triunfou Napoleão Bonaparte com seu exército de guerreiros e informantes. Mas foi graças ao incipiente serviço de informações montado pela Czarina Catarina que o guerreiro Napoleão perdeu seu maior troféu: a Rússia. No final do Século XVII sistema de informação estava disseminado por quase todas as nações. No Brasil imperial, dom Pedro 1º criou o Serviço Nacional de Informações, "com vistas à Segurança Nacional de Defesa", que investigava possíveis insurreições nas províncias.

Na Primeira guerra mundial, no começo do Século XX, todas as nações passaram a possuir um sistema de informação e espionagem, institucionalizado. Hoje, todos os países dispõem de órgãos de inteligência , eufemismo de espionagem, que atuam nos âmbitos interno e externo, com maior ou menor alcance e eficácia, a depender de sua dimensão como potência. No Brasil, temos a Abin (Agência Brasileira de Inteligência);.

14 de dezembro de 2013

MUNDO VIRTUAL TRAZ MUDANÇAS

Interessante notar e muito verdadeiro também. Se essas nove mudanças são boas ou más depende em parte de como nós nos adaptamos a elas. Mas, estejamos prontos ou não, elas vão acontecer.

1. O Correio
Prepare-se para imaginar um mundo sem Correios. Eles estão afundando tanto em problemas financeiros que provavelmente não há maneira de sustentá-los a longo prazo. E-mail, FedEx, DHL e UPS têm praticamente dizimado a receita mínima necessária para manter os Correios vivos. A maioria do que você recebe pelo correio todos os dias é ”lixo” e contas.


2. O cheque

A Grã-Bretanha já está preparando o terreno para acabar com o cheque até 2018. O processamento de cheques custa bilhões de dólares por ano ao sistema financeiro. Cartões plásticos e transações on-line vão levar à eventual extinção do cheque. Isto joga direto para a morte dos Correios. Se você nunca pagar suas contas pelo correio e nunca receber os boletos pelo correio, os Correios absolutamente estarão fora do negócio.


3. O jornal

A geração mais jovem simplesmente não lê jornal. Eles certamente não assinam um jornal impresso que lhes seja entregue. Isso pode acontecer como foi com o leiteiro e o tintureiro. Quanto a ler o jornal on-line, prepare-se para pagar por isso. O aumento dos dispositivos móveis de Internet e e-readers tem motivado todos os jornais e editoras de revistas para formar alianças. Eles reuniram-se com a Apple, Amazon, e as grandes empresas de telefonia celular para desenvolver um modelo de serviços de assinatura paga.


4. O livro
Você diz que nunca vai desistir do livro físico que você segura em sua mão e vira as páginas. Eu disse a mesma coisa sobre o download de música do iTunes. Eu queria que meu CD tivesse cópia impressa. Mas eu rapidamente mudei de ideia quando eu descobri que eu poderia obter álbuns pela metade do preço sem sair de casa para conseguir a última música. A mesma coisa vai acontecer com os livros. Você pode navegar em uma livraria on-line e até mesmo ler um capítulo pré-visualizado antes de comprar. E o preço é menos da metade de um livro real. E pensar na conveniência! Uma vez que você começar movendo os dedos na tela em vez do livro, você vai se achar perdido na história, e não pode esperar para ver o que acontece a seguir, e você se esquece de que está segurando um gadget em vez de um livro.


5. O telefone fixo
A menos que você tenha uma família grande e faz muitas chamadas locais, você não precisa mais do telefone fixo. A maioria das pessoas o mantém simplesmente porque sempre o tiveram. Mas você está pagando encargos duplos para este serviço. Todas as empresas de telefonia celular permitem chamar os clientes do mesmo provedor de celular sem nenhum custo adicional.


6. Música
Esta é uma das partes mais tristes da história da mudança. A indústria da música está morrendo uma morte lenta. Não apenas por causa de downloads ilegais. É a falta de oportunidade para a nova música inovadora chegar às pessoas que gostariam de ouvi-la. A ganância e a corrupção é o problema. As gravadoras e os conglomerados de rádio estão simplesmente se auto-destruindo. Mais de 40% das músicas compradas hoje são "Itens de Catálogos", o que significa a música tradicional com a qual o público está familiarizado. Os mais antigos artistas consagrados. Isto também é verdade no circuito de concertos ao vivo. Para explorar este tema fascinante e perturbador ainda, confira o livro, "Appetite for Self-Destruction", de Steve Knopper, e o documentário em vídeo, "Antes que a música morra."

7. Televisão
As rendas das redes tem caído drasticamente. Não apenas por causa da economia. As pessoas estão assistindo TV e filmes transmitidos a partir de seus computadores. E elas estão jogando e fazendo muitas outras coisas que ocupam o tempo que costumava ser gasto assistindo TV. Shows de horário nobre degeneraram abaixo do menor denominador comum. Taxas de TV a cabo estão subindo rapidamente e os comerciais rodam a cada 4 minutos e 30 segundos. Eu digo boa viagem para a maior parte de tudo isso. É hora das companhias de cabo serem postas para fora de nossa miséria. Deixem as pessoas escolher o que querem assistir on-line e através de Netflix.


8. As coisas que você possui
Muitos dos bens que usamos e possuimos nós não poderemos realmente possui-los no futuro . Eles podem simplesmente residir na "nuvem ". Hoje o seu computador tem um disco rígido e armazena suas fotos, músicas, filmes e documentos. O software está em um CD ou DVD, e você sempre pode reinstalá-lo se for necessário. Mas tudo isso está mudando. Apple, Microsoft e Google estão terminando seus últimos "serviços em nuvem". Isso significa que quando você ligar o computador, a Internet vai ser incorporada ao sistema operacional. Assim, o Windows, o Google, e o Mac OS serão vinculados diretamente para a Internet. Se você clicar em um ícone, ele vai abrir algo na nuvem Internet. Se você salvar alguma coisa, ela será salva para a nuvem. E você pode pagar uma taxa de assinatura mensal para o provedor de nuvem. Neste mundo virtual, você pode acessar a sua música ou os seus livros, ou qualquer coisa do gênero a partir de qualquer computador portátil ou dispositivo portátil. Essa é a boa notícia. Mas, se você realmente possui alguma dessas "coisas" tudo será capaz de desaparecer a qualquer momento em um grande "Poof ". Será que a maioria das coisas em nossas vidas é descartável e caprichosa? Isso faz você querer correr para o armário e retirar o álbum de fotos, pegar um livro da prateleira, ou abrir uma caixa de CD e apertar a inserção.


9. Privacidade
Se já houve um conceito que podemos olhar para trás com nostalgia seria a privacidade. Isso acabou. Ela se foi há muito tempo de qualquer maneira. Há câmeras na rua, na maior parte dos edifícios, e até mesmo em seu computador e celular. Mas você pode ter certeza que 24 horas por dia, 7 dias na semana, "Eles" sabem quem você é e onde você está, até as coordenadas GPS, e o Google Street View. Se você comprar alguma coisa, o seu hábito é colocado em um zilhão de perfis e os seus anúncios serão alterados para refletirem os hábitos. "Eles" vão tentar levá-lo a comprar algo mais. Uma e outra vez. Tudo o que tivermos perdido e que não pode ser alterado são "Memórias"... E então, provavelmente, o Alzheimer vai tirar isso de você também!

6 de agosto de 2013

A INTERNET MOBILIZANDO O BRASIL

O mês de junho de 2013 jamais será esquecido na história do Brasil. Se havia dúvidas sobre a eficiência da Internet, de sua capilaridade e sua capacidade de mobilização aqui no nosso país, elas estão desfeitas a partir de agora. E olha que temos um sistema de banda larga, caríssimo, e um dos mais antiquados do mundo. A Bulgária ganha de nós em matéria de velocidade da banda larga.

Isso não foi impedimento e nem criou dificuldades para que os brasileiros se conectassem, de norte a sul, se organizassem e ganhassem as ruas com slogans pré-definidos e uma pauta mais ou menos homogênea de reivindicações das capitais às pequenas cidades do interior.

A REDE está instalada. Mesmo em condições precárias. Da Avenida Paulista aos pequenos lugarejos do nordeste todos sabiam data, hora e locais para soltarem seus gritos. Foi a primeira vez que o país prescindiu da grande Imprensa, especialmente da televisão, para se conectar de norte a sul. Segundo informações da 24a Anual da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, a FGV sobre mercado de Tecnologia e Informação, a TI, no Brasil existem hoje 118 milhões de computadores em mão de brasileiros em pleno uso. São três computadores para cada cinco habitantes e desses 118 milhões, cinco milhões são de tabletes.

O mercado de vendas dos pcs chamados DESK TOP, ou computadores de mesa, mais as aquisições de notebooks, encolheram quatorze por cento. No primeiro trimestre de 2013 o mercado vendeu 27,6 por cento de tabletes, 39,5 de notebooks e 32,9 por cento de desktops de um total de cerca de 13 milhões de aparelhos. Enquanto as vendas no ano de 2011 ficaram no montante de 1,1 milhão de tabletes, apenas nos três primeiro meses deste ano de 2013 foram vendidos 1, 3 milhões de tabletes. Desse total oitenta e nove por cento estão funcionando com o sistema operacional Google. O sistema de navegação IOS, da Apple ficou em 10 por cento e apenas um por cento para os outros diversos sistemas de navegação.

Até dezembro eles esperam a venda de cerca de seis milhões de tabletes. Segundo o coordenador da pesquisa, o professor Fernando Meirelles, um ano atrás, os tabletes formavam um grupo de apenas um milhão de aparelhos em mãos de brasileiros. E ele informa também que até o ano de 2016 será um computador por habitante. Essa afirmação não significa que cada brasileiro venha a ter um. Significa que metade dos brasileiros irão possuir mais de um computador. Mas é um sinal inequívoco de que a sociedade se informatiza cada vez mais. Dificuldades de navegação ainda teremos muitas na próxima década. Os aparelhos portáteis só funcionam a contento com tecnologia de banda com alta velocidade.

Pois é, governos não costumam facilitar a vida da gente, de nós, internautas brasileiros. Mesmo sabendo que a banda larga quanto mais rápida for, maior será o crescimento do econômico de um país. Por arranjos, por dificuldades de investimentos e por mil outras razões continuamos com banda larga cara e lenta. Nem mesmo a 4G, nas horas de pico, funciona. Sem razões claras o governo brasileiro escolheu um sistema operacional europeu que funciona somente em Portugal, na Alemanha e mais uns poucos países, desprezando o sistema norte americano. Isso significa que se você for para os Estados Unidos com seu celular funcionando pela banda larga 4G, lá ele não funcionará. Da mesma forma para os americanos que para cá vierem nas mesmas condições. Considere que os brasileiros vivem, e viajam muito mais os Estados Unidos que para o resto do mundo. E nós não temos tantos portugueses e alemães, só para citar dois países europeus, voando para cá. Nem tampouco os finlandeses. A desproporção não foi considerada.

Em agosto de 2012 a Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações) prometeu passar um pente fino nas empresas de banda larga, fixa e móvel, a partir de novembro daquele ano. Segundo seu presidente de então, João Rezende, seriam instalados 12 mil equipamentos para aferir a velocidade e a estabilidade da Internet em todos os Estados do Brasil. (veja matéria completa no jornal Folha de São Paulo, edição de 8/08/2012, caderno MERCADO, página B4). Ele prometeu também incluir nos leilões seguintes de telefonia móvel a obrigação de as operadoras oferecerem sinal para chamadas e conexão de Internet ao longo das principais rodovias do país. Pelo visto elas não lhe obedeceram. Nem nas principais cidades do país conseguimos esse feito em todos os logradouros.

Isto foi consequência de uma determinação judiciária obtida pela A PROTESTE , Associação de Consumidores que acionou a justiça para anular os termos do compromisso firmados entre o Governo Federal e as concessionárias de telecomunicações para o Plano Nacional da Banda Larga. A Associação argumentou na época, na justiça, “que os consumidores estavam sendo prejudicados porque os termos de compromisso autorizavam (e autorizam) as teles a ofertarem planos extremamente desvantajosos, com limite reduzido de tráfego de dados e sem garantia de manutenção de acesso”.

A PROTESTE denunciou ainda, na mesma época, que a concentração do setor nas mãos das concessionárias de telefonia fixa tem levado à utilização, de forma ilegal, segundo ela, das redes publicas vinculadas aos contratos de concessão para prestarem o serviço de banda larga que está em regime privado, pois as concessionárias usam a receita obtida com a cobrança de tarifa de telefone fixo, a STFC, para implantar redes privadas. Ou seja, temos recursos públicos subsidiando patrimônio privado. 

O Governo federal foi e criou a recriou a TELEBRÀS, a estatal que implantou a telefonia fixa no Brasil, para compensar a falta de serviços das concessionárias. A universalização prometida fiou por conta dela, o governo abriu mão da exigência das teles cumprirem metas de universalização, continuidade e qualidade do serviço. A PROTESTE foi no alvo. De lá para cá pouca coisa mudou. Evoluímos a passos muito lentos. A banda larga deveria ter sido incluída como exigência primordial nos contratos. Enquanto continuamos no rabo da lista de qualidade, nosso preços de banda são os campeões do mundo, em altura.

Enquanto nos Estados Unidos, a média de velocidade de conexão na Internet alcança picos de 32 megabits, MB, por segundo, esta tecnologia é quarenta vezes mais lenta que a capacidade da próxima geração de banda a ser implantada por lá, também conhecida como 802.11ac, pasmem, sem fios. Com essa nova tecnologia eles irão poder baixar toda uma série de TV em apenas dois segundos. Segundo o jornal The Wall Street Journal, em matéria publicada no dia 17 de abril de 2013, essa tecnologia se faz necessária em função das dificuldades encontradas pelas operadoras em buscar novas rotas para cabos de fibra ótica o que vem limitando as velocidades de transmissão de dados. Aqui no Brasil a imensa maioria dos usuários se vale de conexões cuja velocidade é inferior a dois megabytes, MB, por segundo. Humilhante não?

Durante a Copa das Confederações, nos finais das tardes dos jogos nas oito capitais brasileiras onde ela está instalada seu funcionamento foi um fracasso. Era o momento em que os jornalistas mais necessitavam da banda 4G. Naquelas horas nem ela e nem as outras bandas resolviam.

A operadora Claro saiu na frente com a 4G. Está instalada no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e as cidades de Parati-RJ, Búzios-RJ e Campos do Jordão-SP. Preços e planos variam entre 550 a 940 reais por mês. Ou entre 225 a 470 dólares mensais.

Na Itália, por exemplo, país que não consta no ranking dos melhores em tecnologia digital, no mundo, os italianos navegam com uma média de velocidade dez vezes maior que a nossa e por preços igualmente inferiores. Na acolhedora cidade de Roma, num bairro próximo ao aeroporto Leonardo Da Vinci, da janela do hotel onde me hospedei no mês de junho de 2013, nas noites insones, eu observava um baixo e comprido edifício. De madrugada ele permanecia com suas salas iluminadas e sem uma alma viva transitando por seus corredores e salas. Mais que o desperdício de energia, o que mais me chamou a atenção é que nas salas não se via um armário, uma folha de papel, porta lápis ou canetas. Mesas completamente vazias e algumas com três cadeiras. Em todas elas reinava sozinho um computador. Sinal claro que ali a transição completa para a sociedade digital havia se consumado. Também pudera. O edifício que eu mirava era a sede da Microsoft para a Europa fui saber depois. Sinal de que a banda larga italiana é bem melhor que a nossa.

3 de julho de 2013

A LUTA CONTINUA: VELHA MÍDA X INTERNET

Na primeira quinzena de abril deste ano, 2013, encerrou-se na cidade do Rio de Janeiro o encontro dos executivos e proprietários do que é considerado a maior rede de mídia, impressa, da América Latina, também conhecido como Grupo de Diários América, o GDA e que é formado, entre outros, por jornais do Brasil, da Argentina, do México, da Colombia, do Chile, do Uruguai, da Costa Rica, de Porto Rico, do Peru, Equador e Venezuela. São 11 países da América Latina com uma população próxima de quinhentos milhões de pessoas, aproximadamente. Diz o GDA que nos jornais deste grupo trabalham mais de 2.500 jornalistas produzindo conteúdo, notícias, para cerca de 6 milhões de leitores.

Segundo o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, um dos expoentes do GDA, em matéria publicada na edição de 11 de abril de 2013 à página 26 do Caderno de Economia, o mercado digital foi o principal assunto tratado no encontro. Diz ainda que “os 70 sites da rede recebem 46 milhões de usuários e mais de um bilhão de visualizações de páginas”. Não informou se esses números correspondem a visitas diárias. Provavelmente sim. A última reunião desse senhores realizada no Brasil está fazendo mais ou menos uns 15 anos e foi no Recife. Lembro bem que a maioria deles viajava em seu próprio avião e lembro também que um dos donos de um jornal mexicano, da Província de Monterrey, tinha até um mordomo a bordo e que lhe serviu no hotel onde eu também estava hospedado. Era o auge dos jornais, e o começo da era de decadência.

De lá pra cá muita coisa mudou. Provavelmente a maioria desses donos de jornais continuam com seu jatos, gordo faturamento e muito prestígio com governos locais. Afinal eles formam o quarto poder. Mas a tiragem dos seus jornais é cada vez menor. O interesse do publico leitor diminui numa velocidade espantosa e cada dia um jornal morre em muitos países dessa região. Os números exibidos no encontro do Rio de Janeiro parecem, só parecem, fenomenais olhando para a casa decimal. Mais, sempre tem um mais , quando se olha para os números daquela que aterroriza a velha mídia, a Internet, ai não dá para comparar. Quinhentos milhões de habitantes e apenas 6 milhões de interessados na leitura de um jornal diário. Somente no Brasil o Facebook já ultrapassa a casa dos 60 milhões de usuários na Rede, e com uma média de mais de 6 horas por dia, on line.

Sendo assim o assunto que dominou a pauta do encontro foi a implantação do paywall - a cobrança pelo acesso ao site do jornal on line- também conhecida pela tradução literal para o português como MURO DE COBRANÇA- que nenhum jornal da região ainda pratica em sua plenitude. Existem barreiras, o que eles chamam de paywall poroso. O internauta pode ler algumas notícias, grátis, no site do jornal e a partir de um determinado número de matérias lidas a navegação gratuita é interrompida e só é permitida para assinantes. O paywall em sua plenitude é uma experiência restrita a alguns jornais dos Estados Unidos e por enquanto nada indica que esteja consolidada como alternativa viável. Olhemos os números do New York Times , NYT , nessa área. Este jornal não faz muito tempo tinha recorde de tiragem e vendas ultrapassando folgadamente os dois milhões de exemplares diários na sua edição impressa. Nos últimos dez anos sua tiragem vem caindo, seu faturamento despencando e o acesso dos leitores, via Internet, não cresce na mesma proporção.

Tres modelos de assinatura estão sendo testados desde 2011 quando ele começou o modelo paywall, pleno. O internauta pode navegar no site com direito a leitura de até dez matérias, por mês, gratuitamente. A partir desse limite o acesso gratuito é bloqueado. A experiencia não corresponde às expectativas. Até agora o NYT conseguiu apenas 325 mil assinaturas digitais e desde abril de 2013, sua administração criou mais opções de assinaturas com diferentes preços e diferentes planos de acesso. Agora já permitem compartilhamento de login, ou seja: eu posso repassar, de graça o conteúdo que estou lendo para quem eu desejar ou você poderá usar meu login e ter acesso ao conteúdo do jornal. Embutido nessa inovação vem também convites para eventos na cidade. E desde o mês de Maio, passado, o jornal liberou o acesso ao conteúdo em vídeo que voltou a ser gratuito em qualquer plataforma.

Um analista econômico baseado em Nova York, Kannan Venkateshwar ouvido pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, Brasil, em sua edição de 14 de abril de 2013, à página 27 do caderno de Economia, atesta: “o jornal está se movendo em direção a um modelo de negócio baseado na monetização do conteúdo, menos dependente da receita publicitária. Ele sonha com um modelo de negócio parecido com o da TV a cabo ou mesmo da Netflix”.

Temos que esperar para saber dos resultados. Mas desde já sabemos que os números jamais serão os mesmos. O preço de venda do espaço do jornal gráfico nunca poderá ser comparado com o preço do espaço na Internet. É mais ou menos assim: no jornal eles faturam alto com a venda de apenas uma página que será vista por milhares de pessoas. A assinatura do modelo digital tem que ser mais barata que o impresso. Como os livros. Na Internet chegam a custar dez vezes mais barato. Menos no Brasil, onde o livro digital é mais caro que o livro impresso. Coisa nossa. Na Internet para faturar alto tem que se vender pequenos espaços, baratos, e ser visto por milhões de pessoas. O modelo de negócio é completamente diferente. E cada vez tem menos gente disposta a pagar para ler conteúdo no computador onde o grátis é o que interessa mais. Neste universo a evolução, o sucesso e os insucessos andam rápidos.

Após perdas financeiras monumentais, ocasionadas pela diminuição de tiragem e perdas de anúncios publicitários, a situação do NYT ficou tão deficitária que obrigou a família controladora do jornal a dividir o poder com o mexicano Carlos Slim, considerado um dos homens mais ricos do mundo. Slim abocanhou uma parte do mando no Conselho do periódico mais influente da terra mediante uma injeção de 300 milhões de dólares salvando o ícone da impressa americana do buraco. O que se disse na época é que se tratava de um empréstimo. E já se divulgou também que parte desse dinheiro já lhe foi devolvido. Mas fica uma interrogação quando olhamos para os números referentes à situação financeira atual do jornal.

Logo após as declarações do senhor Venkateshwar a empresa do NYT divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2013. Informa que a receita com circulação cresceu 6,5 por cento em relação aos três primeiros meses de 2012, impulsionada pelo aumento de 45 por cento na base de assinantes digitais do NYT e de outro jornal do grupo, o International Herald Tribune totalizando 676 mil assinaturas digitais. No outro front a empresa informa que o faturamento publicitário diminuiu 11,2 por cento no mesmo período. Informa ainda que o lucro líquido da companhia caiu 93 por cento no primeiro trimestre de 2013 comparado com o mesmo período do ano de 2012, de 42,1 milhões de dólares para 3,1 milhões de dólares. E que a receita total do grupo foi de 465,9 milhões de dólares, 2 por cento a menos que no ano anterior. Tudo indica, por esse números que a extensão dos danos nas empresas do grupo NYT é muito maior que seus controladores querem fazer o mercado acreditar. Com esses números divulgados o assento do senhor Slim continua ocupado por ele no Conselho da empresa.

É curioso observar o orgulho deles com seus números, vide a matéria de O Globo, e os extratósfericos números da navegação na Rede , tanto em quantidade de usuários como em tempo de navegação. Eles, os jornais, possuem um modelo de negócio testado, aprovado e sobrevivendo muito bem há mais de um século. O impresso possui mais de 400 anos de existência. A forma gráfica de imprimir, produzir, comercializar, distribuir e apresentar a notícia e a informação foi consolidada ao longo desses anos. Mas, como observou um teórico americano da comunicação, “cada leitor de jornal que morre, ele não será resposto”. O paywall ainda não se consolidou como solução. Existem experiências que estão sendo observadas com cautela e otimismo, tanto nos Estados Unidos como na Inglaterra. Mas nada que garanta que esse será o futuro E este senhores que dominam essa área da mídia estão preocupados com seu ramo de negócios e sabem que o futuro é negro.

Existem outros números para serem comparados e que nos instigam a curiosidade sobre o futuro. A receita dos periódicos impressos, nos Estados Unidos, caiu mais de seis por cento em 2012 somando a uma queda de 42 por cento nos últimos cinco anos. Na Europa a queda foi de cinco por cento no mesmo perido, enquanto a nível mundial foi de dois por cento no ano passado e de 22 por cento nos últimos cinco anos segundo divulgação feita pelo site www.Journalism.uk em junho de 2013. Esses dados foram colhidos em Bangkok, na Tailândia, a partir de um evento mundial de mídia lá realizado e computados num relatório pela World Press Trends que o divulgou. Diz também que a circulação dos impressos caiu mais de seis por cento na América do Norte, mais de cinco por cento na Europa Ocidental, mais de oito por cento na Europa Oriental e mais de um por cento no Oriente Médio e norte da Africa. Na Asia, a circulação dos impressos cresceu mais de um por cento e na América Latina os números ficaram praticamente estagnados.

Aqui no Brasil a situação não é diferente. No começo de junho de 2013 os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo anunciaram demissões e fechamento de editorias e cadernos diversos. O jornal Valor Econômico, o único especializado na cobertura do mundo econômico e financeiro do Brasil também anunciou uma leva de demissões. E a Editora Abril, a maior do país, anunciou demissões e o fechamento de dez títulos de suas mais importantes revistas, inclusive a Playboy e Contigo.

Este cenário melancólico tem um preço. Em matéria divulgada pela revista The Economist, da Inglaterra, baseada em dados extraídos de um relatório chamado The State of the News Midia 2013 produzido pelo Projeto para Excelência Jornalística do Centro de Pesquisa Pew, dos Estados Unidos, a situação financeira dos jornais e Tvs vem se deteriorando desde 1989. De lá para cá, segundo o relatório, as equipes dos jornais encolheram cerca de trinta por cento.

Em pesquisa realizada em território americano o projeto traz um dado curioso e impactante: eles suspeitam que tanto os jornais quanto as televisões vem produzindo cada vez menos reportagens de substâncias, aquelas como as investigativas e de produções acuradas e originais. Atestam que o clima, o tráfego e os esportes são responsáveis por 40 por cento das notícias da TV e que o tempo médio de cada matéria vem caindo continuamente. Somente 20 por cento das matérias das Tvs locais ultrapassam um minuto de duração e a metade delas tem menos de 30 segundos.

Nos canais de TV de notícias, com transmissões ao vivo, aqueles que necessitam de equipes com mais equipamentos e jornalistas experimentados, diz o relatório que cairam em um terço nos últimos cinco anos, nos programas diurnos. Em compensação aumentou consideravelmente os programas feitos em estúdios, como os de entrevistas, cujos custos são baixos por não exigirem deslocamentos de equipes. Os comentaristas assumem cada vez mais o tempo deixado pelas grandes reportagens.

21 de junho de 2013

Serviços na Internet no Brasil

Serviços prestados via internet no Brasil ainda deixam muito a desejar. São inúmeras as áreas, para não dizer em quase todas, onde o internauta encontrará um site destinado a lhe ajudar em alguma coisa. Algo é comum a todos eles e nos afeta em todos os setores de nossas vidas: falta de interação. Muitos se destacam em termos de informações e chegam a ser bastante interessantes. Alguns sites sobre a área médica, principalmente, aqueles que fornecem informações sobre o dia-a-dia de tudo que se refere à saúde são satisfatórios e surpreendem, como, por exemplo, o http://www.sitemedico.com.br.

É um dos melhores.

Outro muito bom é o que trata de remédios. Útil até para os médicos. http://www.consultaremedios.com.br

Basta digitar o nome do remédio desejado no site acima, e você terá também os genéricos e os similares de todas as marcas, com os respectivos preços em todo o Território Nacional.

Outro site que vale a pena uma visita, principalmente se você é um contumaz viajante de automóvel é o http://www.mapeia.com

Ao clicar nele, aparecerão alguns campos para serem preenchidos antes de se obter as informações. Preenchendo somente os locais de origem e destino, teremos, por exemplo, o valor total do pedágio no trecho estipulado, e ainda podemos ver no mapa quantos pedágios são. Estão disponíveis também outros tipos de dicas e cálculos para a sua viagem.

Não sei e nem imagino como sobrevivem e como são produzidos e por quem já que não existe, em muitos deles, nenhuma indicação de quem fez, onde foi elaborado e como é alimentado. Chega a despertar imensa curiosidade este tipo de coisa na Internet. É um investimento financeiro e uma dedicação considerável a produção e postagem desses sites. O certo é que eles estão aí e cumprem uma valiosa missão de informação para todos nós leigos. Mas em se tratando de Internet, aliás, como tudo na vida, deve-se manter os olhos bem abertos. Todo cuidado é pouco.

Neste site www.lojadebandidosqueatuamnainternet.com.br

você toma conhecimento de uma extensa lista de falcatruas on line com o modus operandi de dezenas de bandidos virtuais, inclusive a relação das lojas que estão na Internet relacionadas a golpes: os preços são altamente competitivos, exigem depósito antecipado e pedem de 15 a 20 dias para entregar a mercadoria. Tempo suficiente para aplicar o golpe e lesar milhares de pessoas. Mas lá também ensinam a realizar compras na Internet com total segurança. Só falta explicar que você não deve aceitar preços de compra com a chamada garantia estendida. È uma ardilosa cilada para uma venda casada de garantia por mais tempo do que aquela que a fábrica lhe oferece de graça.

Esse mundo virtual é vasto, sem limites. Trato aqui de exemplos que recolhi na Rede. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, aqui no Brasil, tinha um serviço virtual exemplar na área de segurança publica. Foi pioneiro. Se o cidadão fosse assaltado ou roubado, vítima de pequenos furtos, bastava entrar on line na Delegacia Virtual e registar o crime. Na semana de 26 de abril, o tabloide Zona Sul, encarte do jornal O Globo publicado no dia 25 de abril de 2013, na página 7, trouxe um rosário de queixas na área de segurança que afeta o bairro do Leblon, um dos melhores da cidade. Assinada pela presidente da Associação de Moradores, senhora Evelyn Rozenweig, a carta aberta faz um relato surpreendente sobre o fato:

-o site da Delegacia de Dedicação Integral ao Cidadão (DEDIC) não está mais funcionando. Os registros ( de crimes) que antes podiam ser feitos pela Internet em cinco minutos, agora só podem ser realizados pessoalmente e é desnecessário detalhar aqui o quanto alguém demora numa delegacia para fazer um simples boletim de ocorrência.

Ela conclui dizendo não saber a quem possa interessar a camuflagem dos números já que as ocorrências policiais no Leblon aumentaram assustadoramente. Não é necessário ser vidente para concluir a quem interessa. Políticos e governos adoram a Internet para colocarem seus pontos de vista e alardearem seus feitos. Mas a odeiam na hora da interação. Um dos meus próximos artigos será sobre este tema. Políticos e governos não gostam de trabalho.

Mas existe muita coisa boa: bibliotecas, serviços de meteorologia, agropecuária, dicas sobre alimentação, turismo e viagens, enfim, sobre tudo que nos cerca e que necessitamos para um dia a dia confortável e informado. Se você tiver paciência para filtrar nos sites de buscadores, encontrará informações sobre tudo que existe na face da Terra. Desde a sua cidade até o mais longínquo recanto do globo. Tudo está disponível e muitos deles funcionam com uma precisão inquestionável. Agora quando se trata de interação, quando se trata de obter respostas para suas dúvidas, quando se trata de obter informação sobre o que está disponível aí vem o desencanto.

No Brasil, especialmente, são raros os sites em que você escreve e obtém a tempo e hora uma resposta para suas indagações. No setor público então é um Deus nos acuda. O DAC, Departamento de Aeronáutica Civil ligado ao Ministério da Aeronáutica era o órgão federal que tomava conta da área de aviação. Cuidava desde as relações dos passageiros com as empresas aéreas, à questão das tarifas e a distribuição da malha de rotas aéreas. Era um primor em matéria de eficiência. Desde o atendimento pelo telefone, até mesmo por cartas ou pessoalmente, já que ele, o DAC, mantinha em cada aeroporto brasileiro uma sala para atendimento aos passageiros. Foi substituído pela ANAC, a Agência Nacional para a Aviação Civil e junto com a Infraero, a empresa de administração dos aeroportos brasileiros, transformou este setor num verdadeiro caos.

A distribuição da malha aérea brasileira é um mistério a ser desvendado. Para os leigos não possui a menor racionalidade. Começa pelas extorsivas tarifas na venda dos bilhetes. Chega ao cúmulo de permitir que companhias aéreas brasileiras vendam em seus sites passagens com um determinado preço para uma determinada rota, e a mesma rota, no mesmo site, em inglês, muitas vezes, a passagem custa metade do preço. Não existe explicação lógica para tal. Mais atenção ainda quando estiver pesquisando voos. É comum o preço do seguro vir embutido. Assim como não existe lógica você comprar um bilhete Rio de Janeiro- Ilhéus-Rio, pagar por ele uma fortuna, muitas vezes, mais caro que o preço de uma Rio-Nova York-Rio e levar mais de cinco, seis horas para chegar ao destino que quando o voo é direto não passa de uma hora e quinze minutos. Há companhias aéreas que vendem o bilhete para Ilhéus e faz a rota Rio-Brasília-Salvador-Brasília e só então o passageiro se destina a Ilhéus. Foge a qualquer mortal o entendimento desta logística, assim como carece de qualquer racionalidade empresarial. Essa mesma ANAC distribui e autoriza as empresas para realizarem voo diretos Rio-Ilhéus-Rio. Às vezes elas fazem o voo direto durante um certo período do ano e de repente retiram a rota sem qualquer aviso prévio ao passageiro.

E não é só isso não. No aeroporto de Ilhéus, na Bahia, pequeno , comprimido e desconfortável, suas instalações mal permitem o embarque de passageiros de um único voo, confortavelmente. Pois a ANAC chega ao cúmulo de autorizar o embarque de três a quatro voos, na mesma hora, duas vezes ao dia, causando uma das maiores aberrações que se possa imaginar em embarque de passageiros. Nem gado é embarcado daquele jeito. E isso acontece há anos. Não existe explicação lógica para justificar a saída de todos os voos na mesma hora, no mesmo minuto. Mas é assim que funciona. Experimente entrar no site da ANAC e postar alguma reclamação sobre esse assunto ou qualquer outro. Conheço pessoas que nunca conseguiram entrar. E conheço outras que nunca obtiveram resposta.

No site da companhia aérea Azul se você entra para comprar uma passagem para outro passageiro realizar a viagem é um complicado jogo de adivinhação descobrir como esta operação poderá ser feita. Não conseguindo você é obrigado a ir para o telefone. Você paga a ligação e consegue fazer a operação. Só que o atendente não lhe avisa que há um tipo de seguro, incluso. E você dispende alguns reais a mais desnecessariamente. Quantos milhares de pessoas não caem neste golpe? Quantos milhões a mais a companhia não fatura por conta dessa despesa desnecessária? Provavelmente muito. E porque não está bem claro no site da empresa um aviso para o preenchimento do campo quando você não é o passageiro? Até pouco tempo atrás, aliás bem pouco tempo, é que um dos Procons entrou na justiça e obrigou as companhias aéreas a deixarem claro, nos sites, que a compra de seguro para a viagem não era obrigatória. Ele costumava vir embutido ou então ficava tão escondido no site que nenhum mortal poderia enxergá-lo. Trato aqui desses problemas de passageiros e aéreas por que tem a ver com a Tecnologia da Informação. Essas deformações não são apenas problemas de infraestrutura aeroportuárias. É também uma questão de investimentos em SOFTWARES. Eles preferem operar com softs antigos e aproveitar ao máximo, sabendo que esse mundo de softwares é dinâmico. São inovações permanentes e custam dinheiro.

É também uma questão cultural nossa. Contribuinte não tem direitos. Outro dia passei pelo aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo. O aeroporto foi recentemente privatizado. Busquei uma daquelas máquinas que vendem água e refrigerantes desde que você coloque moedas ou uma nota. Ela engoliu duas vezes cinco reais. Não me forneceu o produto e nem tampouco me retornou o troco e nem me devolveu o dinheiro. Procurei o balcão de informação da empresa concessionária onde umas moças bem vestidas atendiam passageiros. Fiz minha queixa e ela com a maior desfaçatez me disse que era feriado, que os técnicos não estavam trabalhando e que eu poderia anotar o telefone que estava na máquina e ligar um outro dia. Pedi-lhe o telefone da administração do aeroporto. Disse-me com a maior cara de pau que era confidencial e não poderia fornecer. De tanta raiva desisti de continuar a conversa. Andei dez passos e dei de cara com um livrinho de serviços do aeroporto. Lá estava muitos dos telefones da companhia e endereços de e-mail. Quando cheguei em casa passei um e-mail relatando o fato. Limitaram-se a agradecer meu comunicado e a promessa de melhorias. Quanto aos meus dez reais, adeus.

O mesmo cuidado se deve ter com sites bancários no Brasil. Em muitos, ou em quase todos os sites de bancos você paga cada vez que acessa sua conta e imprimi a folha com o seu saldo. Paga pouquinho, mas paga. Em alguns poucos há um limite para a impressão gratuita. Quando for realizar pagamentos nas máquinas automáticas lá na telinha, depois da operação realizada costuma aparecer uma outra telinha perguntando se você não deseja realizar o pagamento em débito automático. Cuidado. É como uma pegadinha. Você corre o risco de pagar duas vezes a mesma dívida e depois para consertar é uma verdadeira dor de cabeça. Fique sempre atento.

13 de abril de 2013

A Publicidade na Internet e na TV

Apesar do avanço da Internet, de sua imensa capilaridade e da sua formidável audiência, na hora de traduzir isso tudo em lucro e ,comparado à televisão, o faturamento é inexpressivo, principalmente aqui no Brasil. Em recente edição do final de março de 2013, o periódico eletrônico AD news nos informa que o faturamento da área publicitária passou dos 25 bilhões de reais no ano de 2012. Desse total, a TV ficou com quase 80 por cento e a Rede Globo de TV abocanhou 60 por cento dos 80, tendo ficado com um faturamento líquido de 14, 7 bilhões de reais, segundo o ADnews. Descontando impostos, despesas gerais, folha de pagamento e outros, ela deverá ficar com um lucro líquido igual à metade dessa bolada. Qualquer coisa em torno de 6 a 7 bilhões de reais. Igual a 3,5 bilhões de dólares, mais ou menos. Enquanto isso, a internet ficou com pouco mais de 6 por cento do bolo, algo equivalente a 2 bilhões. Talvez um pouco menos ou um pouco mais. O Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), principal órgão representativo do segmento digital , divulgou recentemente projeções de faturamento e crescimento da publicidade digital para 2013. Segundo ele o mercado publicitário na Internet atingiu 32% de crescimento e se consolida como o segundo maior meio em participação no bolo publicitário, ultrapassando jornais e ficando atrás apenas da TV

Nada expressivo diante do tamanho dos números e da quantidade dos que navegam na Rede da net. Considere ainda que a audiência da TV, de um modo geral e, especialmente da Rede Globo, não para de cair. Seus executivos em falas públicas não invocam mais os números da audiência. Direcionam suas falas para o que eles chamam de “expressão do produto”.

Traduzindo esse axioma, é algo como admitir que esse faturamento contundente já não é mais por causa de expressiva audiência e sim pela qualidade e a segmentação de sua programação. Como ela ( a Globo) ainda é a líder, pode se dar a esse luxo de um faturamento assombroso diante de uma audiência cada vez menor. E eles, os executivos, também propagam que a internet não é concorrente, é parceira. Pode ser. Mesmo completando 30 anos de ascensão e uns 20 anos de implementação maciça, o certo é que até hoje a Internet não encontrou um modelo de negócio. Cresce sua penetração e abragencia, aumenta o número de horas em que as pessoas se dedicam à navegação e avoluma-se o número de aparelhos móveis de acesso rápido à Rede.

De acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, espalhadas por mais de cem países, o tablet é o dispositivo que apresenta maior taxa de crescimento no mercado brasileiro. Durante o ano de 2012, foram vendidos 3,1 milhões de unidades, ou seja, 171% mais do que em 2011, quando o País havia comercializado 1,1 milhão de equipamentos. Somente no quarto trimestre foi de 1,1 milhão.

Ainda segundo o estudo da IDC, do total de tablets vendidos, 77% têm o sistema operacional Android e quase 50% dos dispositivos custaram menos de R$ 500. "A entrada de equipamentos com esta faixa de preço foi o principal fator para o aumento significativo de vendas de tablets em 2012. Em 2010 e 2011, os valores ainda eram considerados altos e o leque de opções não era tão extenso. No ano passado, algumas empresas que até então fabricavam GPS passaram a produzir tablets e os preços ficaram mais convidativos. Além disso, a maioria dos fabricantes de computadores que atua no mercado brasileiro está incluindo o tablet em seus portfólios de produtos", declara Pedro Hagge, analista de mercado da IDC Brasil.

Dos 3,1 milhões de tablets vendidos em 2012, 88% foram para usuários domésticos e 12% para o mercado corporativo. Na comparação com 2011, o segmento doméstico cresceu 159% e o corporativo 303%. "Desde que os tablets foram lançados, é um mercado que sempre aponta para números crescentes, ou seja, em nenhum trimestre houve queda. Com certeza é um dispositivo que colabora para a inclusão digital já que é boa alternativa para quem precisa consumir conteúdo e não produzir muita informação", completa Hagge. O analista da IDC Brasil conclui também que a chegada do tablet aumentou o tempo de vida de um computador, fazendo com que o consumidor demore mais tempo para renovar seus desktops ou notebooks. "Embora o usuário esteja comprando menos computadores, entendemos que os dispositivos têm funções bem distintas e que o tablet não é, de forma alguma, um substituto", finaliza Hagge.

Quando comparado com o mercado de computadores no Brasil o que se vê é que foram vendidos, em 2012, um tablet para cada cinco computadores. Em 2011 era um tablet para cada 14 computadores. Nos Estados Unidos, vendeu-se, em 2012, praticamente um tablet para cada notebook. Já na China foi um tablet para cada oito computadores. No ranking mundial do mercado de tablets, o Brasil ocupa a décima posição. O país havia fechado 2011 na décima segunda posição.

Cresce o número do comércio eletrônico e melhora o controle, por parte do consumidor sobre a eficácia da prestação de serviços. Em matéria de lazer e informação, a Internet ultrapassa todos os outros meios de comunicação, mas ainda não consegue traduzir tudo isso em dinheiro, como faz a TV, mesmo com sua audiência minguando cada vez mais.

29 de janeiro de 2013

ALGUNS PROBLEMAS ATUAIS NA INTERNET

Aparentemente, para os leigos, na “floresta” da Internet não existem problemas. Para eles, o grande problema está na interação, na descoberta dos mecanismos certos para manusear com correção e habilidade as milhões de possibilidades existentes na Rede. Esse problema, aliás, é constante e é para todos nós, curiosos e entendidos. Não há um grande mestre no universo da net. Todos se viram por intuição diante de instruções mínimas, quando as há. Quando não há, o negócio é ir bisbilhotando e aprendendo.

Acabaram-se os cursinhos que ensinavam como manusear um computador. Restam as Escolas de Tecnologia da Informação, as TI(s), de cursos médio, superior e abrangente. E não existe na praça profissionais suficientes para a demanda existente. Mesmo para estes, fora de suas tarefas específicas, na hora de manusear aplicativos e programas que inundam o mercado todos os dias o negócio é navegar com a intuição. As instruções de fábrica não são suficientes. Muita coisa ainda é difícil de assimilar e o sistema operacional mais fácil continua sendo o velho Windows em que os programas de antivírus gratuitos melhoraram em muito sua proteção, seu desempenho e eficiência. A linha de produtos Apple permanece absoluta na guerra contra os vírus. É quase imbatível e impenetrável. Há quem prefira o sistema andróide ou outros tantos que existem por aí menos conhecidos. O sistema de navegação parece definido e com um figurino pronto para muitos e muitos anos. É o que parece.

As situações mais graves estão na esfera do manejo e, entre nós, aqui no Brasil, o problema número um permanece sendo a questão do oferecimento de serviços e principalmente a navegação pela banda larga. O Brasil continua na rabeira mundial da velocidade da banda larga, mesmo a 3 G. Os fornecedores, as Teles, não conseguem entregar mais que dez por cento do total oferecido e vendido. Países do terceiro mundo como a Bulgária e a Ucrânia estão anos luz na nossa frente. Isso sem falar na número um do mundo em velocidade, a Coréia do Sul. E no horizonte nada indica que essa realidade mude aqui no Brasil. Para olhar emails tudo bem, mas hora do download, dependendo do peso e tamanho, você não conseguirá em velocidade nenhuma . Terá que esperar.

Do ponto de vista estratégico, global, a Rede enfrenta hoje, três problemas cruciais: o primeiro é a questão do filtro. A informação buscada está na Rede, com certeza, o problema é encontrá-la no tempo desejado. Tentar os sites de buscas chega a ser um suplício, às vezes, dependendo do assunto a ser pesquisado. Ir às compras é outra via sacra, pois as informações a serem filtradas e os cuidados a serem observados são infinitos. Mesmo nas chamadas redes sociais a poluição informativa é estarrecedora. Chega a ser cansativo. Por enquanto nada indica que estejamos próximos de uma solução para este problema.

Até mesmo os sites dos jornais e os portais de notícias transportaram para a telinha o modelo de exposição gráfica usado na indústria do papel. O resultado é uma profusão desordenada de informações que em nada estimula a curiosidade e nem tampouco a fidelidade do internauta. O modelo exclusivo para o tablet ruiu depois de alguns poucos anos e centenas de milhões de dólares investidos pelo grupo do milionário Rupert Murdoch da News Corporation. (veja nesse blog o artigo O PROJETO TABLET ESTÁ RUINDO, de 2010).

Outro macro problema é a questão do fechamento ou a permanência da abertura da internet. Há pouco tempo reinava a quase certeza de que a Rede passaria a ser fechada. Cada fabricante com seu modelo operacional criaria sua rede social e ali dentro o internauta abandonaria as outras possibilidades, como o uso do email, por exemplo, a não ser que fosse dentro das redes, como o Facebook , Google, do Messenger ou do sistema Apple. Meia dúzia de senhores desejavam controlar o mundo digital. Essa tendência começa a ser abandonada por uma única razão: é cada vez maior o uso e o controle dos governos sobre a internet.

Assim como os provedores e sites sabem tudo sobre nós, os governos também. E eles estão de olho e desenvolvendo leis e sistemas que controlam e punem as redes sociais. E por estes caminhos está ficando muito mais fácil controlar a net. Isso incomoda por demais os barões da indústria digital. Ninguém é capaz de prever como vai terminar esse imbróglio.