7 de julho de 2014

NATALIDADE NO BRASIL ( III)

pesquisas e estatísticas são feitas, lidas e comentadas de acordo com as conveniências de quem as fizeram ou de quem as encomendou. Mas podem ser lidas e interpretadas de acordo com a realidade dos fatos. E os fatos nunca mentem. Mesmo para aqueles que desejam agredi-los. Senão vejamos:

Imagine uma pirâmide e a divida em três partes: A, B e C. Em cima da pirâmide estará à classe A, considerada como rica, informada, letrada e em condições de sustentar e educar convenientemente quantos filhos deseje. Pois saiba que no Brasil no topo dessa pirâmide imaginária a taxa de natalidade é uma das menores do mundo. Nessa parte da pirâmide calculo que estejam alojados de 10 a 20 milhões de brasileiros.

Descendo a pirâmide você vai para a faixa B onde se encontra a classe média, arremedados e outros. Essa parte, já bem maior que a primeira. Calculo , algo entre 40 e 60 milhões de pessoas. Aqui a taxa de natalidade sobe um pouco, mas nada que signifique mais que dois filhos por mulher. Essas duas faixas da pirâmide podem.

Apesar de não existir tanto dinheiro e posses quanto na faixa A, a faixa B também tem informação e cultura e sofre o diabo para ter acesso à saúde boa, saneamento, educação de qualidade e lazer. Nesta faixa B as pessoas se sacrificam, fazem esforços inimagináveis para educar e formar seus filhos; prepará-los para a vida; para o trabalho; para torná-los responsáveis e contribuintes da nação. E há excelentes escolas. Mas custam caro. No Brasil é assim: o que é bom é bom mesmo, mas para poucos. E o que é ruim, é muito ruim para muitos.

Ao descer mais um pouco você estará na faixa C. Nesta está concentrada o grosso da população brasileira. Calculo que seja muito mais de 100 milhões de brasileiros. São os considerados pelas estatísticas habitantes das classes C, D, E por adiante. São os pobres. Pelas estatísticas do IBGE atual são chamados de “nova classe média”.

Ganhou mais de mil e duzentos reais por mês é considerado por eles como classe média emergente. Imagino que eles não saibam que a verdadeira classe média, aquela da faixa B da pirâmide, paga por filho, da creche ao segundo grau, por mês, numa boa escola, uma mensalidade maior do que ganha de salário a chamada “nova classe média” cujos filhos vão para a escola publica.

Lá, já sabemos como funciona. Professor ganha mal, não tem acesso a reciclagem, a escola não tem carteira; não tem ar condicionado;os banheiros estão em estado de calamidade; os livros nunca chegam; o computador vive pifado; a grande maioria delas funciona meio período apenas e muitas vezes não tem vagas.

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