25 de maio de 2011

MUDANÇAS

Em todas as áreas a internet vem causando transformações nunca antes experimentadas na história da humanidade. Merecem destaque as áreas científica, humana, social, política e comercial. Na área política, os melhores exemplos estão no segundo mundo, mais especificamente no Oriente Médio, onde ,nas praças, pela web, vêm acontecendo revoluções antes inimagináveis. Merece destaque também o fato de que as iniciativas estão em mãos de homens e mulheres jovens. A relação idade versus domínio da nova tecnologia é cem por cento. A nova ordem desse novo mundo é feita pelos jovens. E fica claro e entendido que as novas tecnologias só funcionam, só causam efeitos quando há completa interatividade. A interação é a nova mola para o jogo do poder. Qualquer tipo de poder. E a ser desempenhado e pretendido, principalmente, por jovens. Outro dia, um aluno me perguntou quando isso ocorreria aqui no Brasil. Dei-me conta que as mudanças de que o Brasil necessita e que os brasileiros tanto reclamam só virão um dia, pela internet.
Para tanto é necessário mais inclusão digital, acesso mais fácil à banda larga boa e a admissão do voto pela internet. Nas atuais condições onde a adversidade técnica e o preço são os grandes adversários do internauta nesse Brasil à fora, ainda vamos demorar para ter mudanças profundas. Muito embora nossos índices de navegação estejam competindo com os dos países de primeiro mundo. Fico a imaginar como seria sem os problemas que atormentam o dia-a-dia do brasileiro na internet.No primeiro mundo,onde as necessidades políticas são menores, a grande contribuição da internet vem na área de consumo, lazer, medicina, aprendizado e interação.Entre nós não se pode dizer o mesmo. Na área de consumo até que evoluímos bastante com números expressivos, principalmente no setor de comércio eletrônico. Temos gigantes comerciais com faturamentos estrondosos operando somente na internet. Fora isso, todas as grandes cadeias de lojas de departamentos e supermercados atuam pesado na área do comércio eletrônico. No início, até cinco anos passados, o funcionamento era um primor. Transporte, garantia, pós-venda operativa e qualidade, tudo funcionava muito bem. Durou pouco a eficiência. Hoje a compra eletrônica já figura na lista negra dos fornecedores que iludem o comprador. São inúmeras as queixas e imensa a listagem dos lesados. Na área de laser, principalmente na venda de ingressos, do e-ticket ou bilhete eletrônico, você não pode deixar para adquirir nenhum ingresso até 48 horas antes do espetáculo pretendido. Reina o caos no software dos sites vendedores. No setor bancário às vezes funciona, desde que os interessados tomem os cuidados de praxe. Quando funciona é confortável. O mesmo não se pode dizer da área de planos de saúde. Neste ramo o que funciona com perfeição é o bombardeio de spams com que as empresas atormentam a vida até daqueles que já são clientes. Informações sobre serviços prestados, nada. O setor ainda não entendeu para que serve a internet. Nas áreas de telefonia, TV a cabo e banda larga é um inferno. Conseguir informações exatas das operadoras é uma via crucis onde vários terços devem estar à mão para a caminhada. E haja paciência para as buscas.
Outra área de enlouquecer é o mercado de aviação doméstica. O que as empresas de aviação fazem com a clientela é caso de processo criminal para os seus dirigentes e cassação de concessões. Isso por causa dos sem-números de abusos contra os consumidores. Principalmente quando se trata de promoções, cada vez mais raras, tal é a demanda por passagens aéreas no Brasil onde o mercado vem crescendo até 30 por cento ao ano. Compra de bilhetes usando pontos de milhagens é uma loteria. É difícil de conseguir. As empresas de aviação, invariavelmente têm o mesmo comportamento. Exigem do internauta uma série de dados sobre o destino, dados pessoais e depois informações sobre o cartão de crédito. Após uma infinita perda de tempo, entra um aviso dizendo que há problemas no seu cartão ou que o site ficou fora do ar. Outra hora é que há erros no preenchimento dos dados e outra hora é que há erro na data de vencimento do cartão. E assim você pode perder o dia ou a noite, em busca de uma promoção anunciada e que não existe. E por irritação será obrigado a pagar o preço que lhe exigem. Preço que é um dos mais altos do mundo por quilômetro voado. Os softwares usados para o programa de marcação de assentos de embarque estão defasados. Uma das consequências disso é que você marca seu assento e faz seu check-in em casa. Quando chega ao balcão da companhia, a marcação não está valendo. Na maioria das vezes, a justificativa é a desculpa idiota de que o comandante necessitou fazer um balanceamento na aeronave e por isso foi mudada a disponibilidade dos lugares. Quando usarem essa desculpa saiba que é mentira. Não é costume da aviação este tipo de procedimento para avião de grande porte alçar voo. E se por ventura você tentar acessar o site da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o órgão que cuida do setor, também não conseguirá o registro para realizar a reclamação. Ninguém legisla ou fiscaliza nesse setor a favor do contribuinte. Se por uma razão qualquer, você perder o voo ou chegar atrasado, na maioria dos casos, perderá a passagem tal é o rigor na cobrança de multas e outros itens. Tudo isso é feito pela internet, mas haja paciência e disposição para essa negociação eletrônica. Se o avião atrasar ou não sair, a companhia aérea nada lhe deve. Quantos de nós somos ludibriados por esse cartel da aviação comercial instalado no Brasil? Milhões....
Nunca, jamais, você leu ou ouviu um político falando, legislando ou defendendo os direitos do passageiro. Aqui e ali quem se move são os Procons, a Defesa do Consumidor. A justiça, quando acionada, frequentemente beneficia o passageiro, mas a demanda é tamanha que os resultados a favor do cliente em termos de tempo, deixam a desejar. Beneficiadas por um oligopólio protegido pelo governo, as empresas que operam nesse setor no Brasil estão longe de usarem a internet em benefício do consumidor. E este deve aprender a usar os canais da própria internet, tais como a ANAC, a Secretaria de Aviação Civil, as Comissões de Transportes dos Legislativos Federal, Estadual e Municipal, as próprias empresas aéreas, enfim, tudo que estiver disponível em termos de endereços eletrônicos e registrarem suas queixas. O volume faz a diferença. E como faz.
Aleluia, Hildeberto é jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário