28 de março de 2011

PERIGOS E LIMITES NA REDE ( parte l )

Os sistemas de computadores em geral e a Internet, em particular, colocam um poder imensurável nas mãos de empresas, governos e outras instituições cujo objetivo é controlar qualquer coisa. Assim como facilitou a vida de nós, mortais, possibilitando o acesso a tudo a partir do conforto de casa, ampliou sem limites as possibilidades dos “sistemas”. Também viabilizou alternativas simples a determinados sistemas de alta tecnologia oferecendo uma infindável quantidade de ferramentas que podem ser usadas para o bem e para o mal. Também é a mais clara demonstração de que o inventor não domina o desenvolvimento futuro de seu processo de criação.
Os recentes protestos e derrubadas de governos no Oriente Médio e na África são as mais eloquentes e avassaladoras provas dos poderes mágicos da internet e seu papel definidor para a democracia onde reinam os governos intolerantes. Podemos chamar essas convulsões de “a revolução do www”. Em nenhum dos países onde vem acontecendo os movimentos reivindicatórios de postura dos governos existe um líder de oposição clamando nas praças por mudanças. Mas a Internet, até mesmo no obscuro e atrasado Iêmen é quem vem tendo o papel fundamental na aglutinação das massas. O governo Mubarak, no Egito, quando se viu perdido e percebeu o poder da inovação tentou conter os movimentos que tomavam as ruas do Cairo com a tentativa de desligar a Internet. E,por cinco dias, o país ficou totalmente desconectado. Aí que a economia egípcia foi direta para o abismo. O país parou. Sem movimentação eletrônica, sem transações comerciais, voos e toda a rede de serviços foram para o beleléu. Foi a primeira vez que um governo ousou tanto. Estamos acostumados a governos que censuram conteúdos na rede, como faz a China e Cuba. Mas jamais as conexões. E deu no que deu. Impor limites à Internet pode significar uma faca de dois gumes, como se diz. Primeiro porque são inúmeras as redes ao redor do mundo, cerca de 30 mil, totalmente fragmentadas. Apertar um botão não desliga todas essas interconexões. Até poderá ser possível a um governo essa façanha, mas para isso, segundo especialistas, ele terá que investir em infraestrutura tanto quanto, ou mais, investiu para montar a rede. No Egito isso foi possível diante da baixa inclusão digital e em consequência do pequeno número de provedores e empresas de telecomunicações proprietárias de redes de conexão. Mesmo assim a internet continuou a funcionar a partir do exterior. Tudo isso sem contar a questão da credibilidade internacional e os prejuízos econômicos. Em suma, como diz o ditado popular “o pau que bate em Chico, também bate em Francisco”.
ALELUIA, HILDEBERTO É JORNALISTA

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