3 de fevereiro de 2019

O PÓS GUERRA


                 
A realidade de pós-guerra foi o mundo com feridas abertas por todo canto e bi polarizado na área econômica, politica e ideológica. Estados Unidos e a URSS iriam definir suas zonas de influencia com base em seus fundamentos econômicos e que viriam a ser suas escolas políticas. O primeiro, capitalista, seria a Direita. O segundo, comunista, seria a Esquerda. Naquele cenário os continentes latino e africano eram o rebotalho do mundo.

Nesta concepção as duas esferas econômicas se consolidaram. Na África, também colonizada pela Europa, o cenário de pós-guerra foi a instabilidade política gerada pelo redesenho geográfico. Instalaram-se ferrenhas ditaduras. Saques de riquezas naturais e a total e completa ausência de evolução social. No Oriente Médio monarquias absolutistas permaneceram, algumas outras surgiram e outras sucumbiram a regimes cruéis, fechados e déspotas.

Aqui, na América Latina, a maioria dos países saiam de regimes políticos despóticos. Eleições viciadas e um capitalismo corrupto por toda parte. Crises institucionais grassavam. No Brasil não era diferente.

 Muito antes da Segunda Guerra Mundial o comunismo já flertava com a nação brasileira. Desde o ano de 1922 que a Esquerda namora o Brasil. Nossa história política dos últimos cem anos está cheia de episódios pontuados por influencia da então URSS. Chegaram, inclusive, a influenciar militares, com destaques para o Capitão Luiz Carlos Prestes e o Tenente Agildo Barata. Eles, e outros, muitos outros, pontificariam por décadas na Esquerda brasileira.

Os Estados Unidos apesar de estarem presente nas duas guerras mundiais, na verdade, nunca foram de ocupar geograficamente outros territórios. O capital sim. O capital não necessita de quartéis, movimentos ideológicos nem guerrilheiros. Ele precisa de ideias e empreendedores. Olha a Direita aí. Diferente da URSS que desejava ocupar o que pudesse. Para esse objetivo se fazia necessário ocupar territórios, instalar simpatizantes do seu credo, banir a livre iniciativa e destruir toda e qualquer estrutura da civilização judaico-cristã.

O marxismo para prosperar necessita de território livre. Para sobreviver seus agentes precisam da formação de gerações contínuas dispostas a tudo. A mesma fé com que o capitalista se nutre para desenvolver sua ideia o comunista professa para consolidar sua ética e sua doutrina. A URSS entendeu que era necessário formar seu exército de ideias. Para isso seria necessário formação guerrilheira para garantir o Poder pela luta armada e formação cultural para a fidelidade e desenvolvimento da doutrina. Era necessária a escola de pensamento marxista em cujo credo se assenta a Esquerda. Daí partiria para a conquista da África e a América Latina. Cuba lhe caiu nas mãos como uma luva.

Em 1960 Moscou cria a Universidade Russa da Amizade dos Povos Patrice Lumumba. Batizou-a em homenagem ao guerrilheiro Patrice Lumunba (1925-1961) líder político e Primeiro ministro do ex-Congo belga, na África. E saiu pelo mundo em busca de jovens para lá se formarem. Eu mesmo tive um primo oriundo do interior da Bahia integrante da primeira leva de recrutados pelo Partido Comunista Brasileiro, PCB, que lá se formou em agronomia. A intenção de Moscou era formar a “juventude comunista mundial”. E formava guerrilheiros também. Estes nos quartéis do Exército Vermelho.

Narram historiadores que Lumumba em seu começo buscou a ajuda dos Estados Unidos e da própria Bélgica para se consolidar (olha a Direita burra aí de novo) e ambos lhes viraram as costas. Em 1963, após a crise dos mísseis, Cuba cai nas mãos de Moscou como uma luva. Ela iria formar os guerrilheiros da América Latina. Os líderes cubanos se envolveriam na linha de frente. Veremos como em outro artigo.

Hildeberto aleluia é Jornalista. Autor do livro O FUTURO DA INTERNET- O MUNDO DA DÚVIDA
Editora topbooks

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