4 de maio de 2015

O ANEL DA SOJA

O oeste da Bahia não está sozinho com seus 27 municípios na produção de riquezas. Faz parte de uma região conhecida por poucos brasileiros que se chama ANEL DA SOJA. Isso porque esse anel abrange além do oeste da Bahia, os extremos dos estados do Tocantins, do Maranhão, de Goiás e do Piauí que fazem divisa com o Estado da Bahia. Juntos é uma fortaleza de produção de aguerridos empreendedores que produzem riquezas na adversidade.

E não é que o governo federal lembrou-se deles através da ministra Kátia Abreu, da Agricultura. Ela lembrou que eles existem, apenas. Como é Senadora e criadora de gado, bem longe dali, no Tocantins, nada mais natural que cevar seu terreno. O governo federal deu a essa região o exótico nome de MATOPIBA. Reuniu as inicias dos estados que a compõe.

A Ministra da Agricultura ficou de levar a senhora Presidente da Republica para conhecer a região no ultimo dia 30 de abril passado. Nenhuma das duas deu as caras. Grande parte dos 1.500 produtores do oeste baiano reunidos na Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, a AIBA, esperaram com grandes expectativas com relação à infra-estrutura da região.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura (MAPA), a produção de soja em MATOPIBA deverá saltar de 18.623 milhões de toneladas na safra 2013/2014 para 20.368 milhões de toneladas na safra 2014/2015. Somente na Bahia espera-se um aumento de 3.229 milhões de toneladas de soja para 4.388 milhões de toneladas.

A soja é a principal cultura entre os quatro estados da nova fronteira agrícola brasileira. Essa nova fronteira possui 9,1 milhões de hectares, bioma de cerrado, sendo que 1,9 milhões de hectares são de reserva legal e 1,7 milhões de hectares são de preservação de área permanente.

Restam 5,5 milhões de hectares para a agricultura com excelente pluviosidade acima de 1.200 mm. De acordo com o Mapa, a Bahia deverá colher neste ano de 2015 uma produção de 3.979 milhões de toneladas (aumento de 20,3% em relação à safra 2013/2014). No caso do Piauí, serão 1.766 milhões de toneladas (+18,6%). Já o Maranhão terá 2.123 milhões (+16,4%) e o Tocantins, 2.335 milhões de toneladas (+13,5%). Trata-se da última fronteira agrícola do mundo.

Governos gostam, e devem realizar. Mas não é o caso. Ele pretendia ir até lá apenas para criar um órgão de nome exótico: MATOPIBA. E provavelmente fazer alarde em uma festa comemorando o investimento de 600 milhões de reais em um novo terminal de grãos próximo a São Luiz, no Maranhão chamado de TEGRAM e que será capaz de exportar cerca de dois milhões de toneladas de soja e milho por ano.

Parece muito isoladamente, mas não é nada para a região que produz cerca de cinco por cento do PIB agrícola brasileiro. Sendo que a maioria dessa produção viaja de caminhão de cinco a seis mil quilômetros de estradas (Santos e Paranaguá) para então encontrar os navios que a levarão para o exterior.

Os Governos (federal, estadual e municipal) deveriam estar atentos para a região que não tem energia, as estradas vicinais são de barro, a internet não funciona, o celular é sofrível, as estradas vivem engarrafadas, não existe armazenagem e nem se agrega valor.

Aquela gente só consegue produzir graças a alta tecnologia em todos os aspectos, desde o plantio até o embarque. Centenas de milhares de empregos poderiam ser criados na região desde que houvesse incentivo. Todos os produtos vão embora in natura. Vão gerar empregos a dezenas de milhares de distancia, como na China por exemplo.

Tudo isso sem falar que não existe energia elétrica. Se a produção fosse beneficiada ali mesmo todo mundo sairia ganhando, do produtor que teria melhores preços aos habitantes da região que teriam ofertas de emprego ,aos governos que teriam maiores arrecadações.

Somente o Oeste da Bahia que se desenvolve por conta do setor privado levando a reboque os governos, agrega uma renda ao Estado de mais de 8 bilhões de reais. As áreas irrigadas, cerca de 100 mil hectares, conseguem produzir três safras por ano: soja, milho e feijão.

Os produtores reconhecem que é necessário dar visibilidade do potencial do agronegócio na região e destacam uma série de medidas que os empreendedores agrícolas anseiam por prioridade ao governo da Bahia.

Reivindicam pressa na concessão de licenças ambientais, segurança jurídica através do julgamento dos processos que dormem nas gavetas da justiça, mais atenção e cuidados com as invasões de terras por grileiros e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) efetivar o grupamento aéreo, a implantação da força tarefa com policiamento ostensivo, ações de policiamento de fronteiras, repressão aos assaltos, roubos em fazendas e a toda uma gama de ações de crimes contra a pessoa e o patrimônio para resguardar a segurança das propriedades rurais.

Hildebeto Aleluia é jornalista e está conhecendo e estudando o Oeste da Bahia

Nenhum comentário:

Postar um comentário