10 de março de 2010

Inclusão digital no Brasil

http://www.mulheresnopoder.com.br/

A China está vendendo 3 milhões de computadores/ano para seus duzentos e noventa milhões de habitantes integrados ao seu mercado interno. O Brasil, com seus 190 milhões de habitantes, está consumindo 12 milhões de unidades/ano. Estes números mostram a sede por computador da sociedade brasileira. Mesmo com banda larga insuficiente,cara e ruim,mesmo com imensas regiões sem nenhuma infra-estruturar digital,caminhamos para ser um gigante no mercado mundial de inclusão digital.

Levantamento realizado pelo IBOPE,com números de julho de 2009,mostra que somos 68 milhões de internautas,o quinto maior do mundo com acesso a internet.Só ficamos atrás da China com 298 milhões de acessos e dos Estados Unidos com 190 milhões.Mas,no Brasil sempre tem MAS,proporcionalmente estamos no rabo da fila mundial.Isso quer dizer que apenas 25 por cento de nossa população têm acesso à rede conforme estudos realizados pela Organização das Nações Unidas,a ONU. E segundo o IBGE,(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas),31,2 por cento dos domicílios brasileiros tem um computador e 23,8 por cento dos lares têm acesso à internet,o que significa internet em 14 milhões de lares.Mesmo assim estamos atrás de países como Chile e Argentina.

O Brasil é o país onde o internauta gasta o maior tempo em navegação, com uma média diária de oito horas.Outro dado impressionante,somente o ORKUT,a rede social mais popular no Brasil,tem em seu horário nobre,das 17 às 19 horas,20 milhões de usuários.O segundo horário mais congestionado do site é das 11 às 13 horas com 18 milhões de acessos.São dados do Google Brasil que atesta também que já temos 35 milhões de orkuteiros.

Outros números também impressionam. Dez por cento dos computadores vendidos por ano,no Brasil,se destina à classe D,aquela cuja renda mensal,por família,atinge a cerca de mil reais,mensais.Com prestações de 90 reais,em média,o computador vem tomando o lugar da TV nas classes mais baixas,também. São mais de um milhão de unidades por ano que se destinam aos pobres da classe D.E 10 por cento das novas conexões de banda larga também se destinam a ela.Ou seja:dos um milhão e duzentos mil adquirentes de computadores nesta classe, apenas120 mil vão acessar à internet rápida,e por preços proibitivos.

Isso está fazendo com que nos morros e periferia o GATO mais desejado seja o “ gato-net”. Já existe a central que rouba o sinal, tal como acontece com o serviço de TV a cabo e assinatura.Ou,quando o sinal não é roubado,existe aquele morador que faz uma assinatura e a revende para dez outros,com horários estabelecidos de uso para cada um aonde a web chega como serviço legal e pago,pela rede telefônica.Empecilhos como esses fazem o mercado brasileiro de conexão banda larga irrisório.Temos hoje apenas 11 milhões de conexões fixas e aproximadamente 2,7 milhões de acesso móveis.Não é nada.Preços altos e dificuldades na expansão da rede são os obstáculos principais.No interior do país,nas pequenas cidades,para cada mil habitantes,existe uma lan-house com cerca de 10 a 15 computadores instalados,em média,e dezenas de jovens na fila esperando a vez de uso.

Nas favelas das grandes cidades a mesma coisa.O computador passou a ser a principal ferramenta de trabalho,estudo,pesquisae lazer para essa gente,tal como já é para as classes mais favorecidas.É ele,e não as armas,que vem fazendo a maior revolução que o mundo já viu.È ele que permite, principalmente aos jovens de todas as faixas de renda,o acesso fácil aos mesmos recursos de comunicação que antes só eram permitidos às classes A e B.É ele que nivela toda as classes quando o assunto é informação.Os mais pobres vêm retardado seu ingresso nesse mundo por falta de um simples cabo.Antes,a ignorância era somente pela ausência da sala de aula.E isso,também é o que retarda a agonia da TV, já ferida de morte com o avanço da WEB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário